Alessandro Horta, CEO da Vinci Compass, afirmou hoje que quer escalar no mercado externo a marca Verde Asset Management, cujo acordo de aquisição foi anunciado ontem. Segundo ele, a ideia é usar a rede da Vinci em países da América Latina para distribuir fundos multimercados multiestratégia e também desenvolver novos produtos combinando a capacidade de originação e a presença da empresa em ativos alternativos e “o poder da grife Verde” a clientes super-ricos e canais intermediários parceiros.
Segundo Horta, a Verde é uma “marca fora do comum”, com uma excelente reputação e “um dos mais respeitados times de multimercados do país”. A aquisição, afirmou ele, adiciona escala aos multimercados da Vinci, com os R$ 16 bilhões sob gestão da Verde. “Vamos escalar a marca Verde, mostrar aos clientes internacionais e abrir uma nova avenida de crescimento”, comentou ele, durante teleconferência hoje, no Vinci Compass Investor Day 2025.
Na primeira fase do acordo, a Vinci comprou 50,1% da Verde Asset por R$ 46,8 milhões, mais uma parte em ações. Depois de cinco anos, a empresa pode adquirir a fatia restante por R$ 127,4 milhões, a depender de determinadas condições (“earnout”). Considerando o valor de fechamento das ações da Vinci de ontem, US$ 10,72, no total ela pagaria pela aquisição integral da Verde cerca de R$ 350,6 milhões.
Horta fez questão de frisar que a gestão de risco e de investimentos permanecerá independente, e Luís Stuhlberger permanecerá como sócio, tendo recebido ações da Vinci com cláusulas de “lockup” (não poder vender as ações por u período). De acordo com o CEO da Vinci, o acordo prevê um mínimo de cinco anos do lendário gestor à frente da Verde, “mas ele já afirmou que pretende ficar para sempre na Vinci”,
A expectativa, prosseguiu Horta, é obter as aprovações das autoridades regulatórias e fechar a transação ainda no quarto trimestre de 2025. Horta afirmou que a expectativa é que a transação gere imediatamente um acréscimo de dois dígitos no lucro por ação com “fee” (taxa) por gestão e consultoria e algo entre 1% e 5% com distribuição.
A Vinci Compass tem R$ 304 bilhões em ativos sob gestão. A Verde já teve sob gestão cerca de R$ 55 bilhões em 2021, mas veio sofrendo com retiradas diante do prolongado período de juros altos no Brasil e dos desempenhos decepcionantes da categoria dos multimercados.
Na teleconferência, Horta afirmou ainda que o segmento de crédito privado é o que vem apresentando o crescimento mais rápido, indo de R$ 300 bilhões em 2009 para R$ 2,6 trilhões atualmente. De acordo com o CEO, há apetite global e na América Latina entre seus investidores para alocar mais de 50% da carteira em crédito privado.
A Vinci abriu capital na Nasdaq em 2021. Em março do ano passado fechou acordo com a Compass, de Nova York, e se tornou a maior gestora brasileira independente na América Latina em volume de fundos alternativos.
Fonte: Valor Econômico

