Se o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, insistir em se declarar vencedor da eleição presidencial, sem divulgar detalhes do pleito, o país viverá uma grave crise, disse, nessa segunda-feira (19), o chefe da diplomacia na União Europeia, Josep Borrell, durante curso ministrado na Universidade Internacional Menéndez Pelayo de Santander, segundo o jornal venezuelano “El Nacional”.
Segundo Borrell, se não é possível verificar os dados de uma eleição, não é possível aceitar o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Ele voltou a insistir que o regime de Maduro deve divulgar as atas eleitorais com os detalhes da votação que ocorreu no dia 28 de julho.
O CNE divulgou uma contagem de votos sem publicar os detalhes da votação que indicou vitória de Maduro no pleito. Em esforço paralelo, a oposição reuniu mais de 80% das atas eleitorais cujos resultados indicam vitória do opositor, Edmundo González Urrutia.
A UE também divulgou nessa, segunda-feira, um relatório enviado para a ONU com a avaliação da entidade sobre a eleição na Venezuela. O texto diz que a votação no dia 28 de julho aconteceu em “um ambiente amplamente pacífico e foi logisticamente bem organizado”, mas que “o processo de gestão dos resultados do CNE ficou aquém das medidas básicas de transparência e integridade essenciais para a realização de eleições críveis”. A UE também analisou as atas reunidas pela oposição e atesta a credibilidade delas.
“Também tomo nota de que o Painel de Peritos da ONU confirma, em linha com as revisões e avaliações de várias organizações independentes, a confiabilidade das cópias dos registros eleitorais publicados pela oposição. De acordo com essas cópias publicadas das ‘atas,’ Edmundo González Urrutia aparenta ser o vencedor das eleições presidenciais por uma maioria significativa”, disse o relatório elaborado pelo serviço diplomático da UE.
Fonte: Valor Econômico

