Nísia Trindade reforçou que o governo vai lançar ainda este mês um movimento nacional em defesa da vacinação, com início previsto para 27 de fevereiro
Por Paula Martini, Valor — Rio
13/02/2023 15h13 Atualizado há um dia
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou nesta segunda-feira (13) que o governo vai lançar ainda este mês um movimento nacional em defesa da vacinação. Segundo Nísia, o início da campanha está previsto para 27 de fevereiro.
“No dia 27 estamos marcando o início dessa vacinação por covid, mas já estamos com vacinas, estoques sendo recompostos então em muitos lugares a vacinação está avançando. E haverá várias campanhas como tem todo ano”, disse.
Nísia anunciou a iniciativa em discurso na G-Stic, conferência global de ciência, tecnologia e inovação, realizada em um centro de convenções na Cidade Nova, região central do Rio.
De acordo com a ministra, o objetivo do movimento é fortalecer a vacinação de rotina e reforçar a imunização em populações que se encontram em faixas de vulnerabilidade para a covid-19. “Já está sendo distribuído em muitos Estados e municípios a vacina para covid pediátrica. Teremos todo um movimento para a recuperação das coberturas vacinais com ações que vão envolver o ministério da Educação e as escolas,” explicou aos jornalistas ao fim do evento.
Neste mês, o Ministério da Saúde anunciou a apresentadora Xuxa Meneghel e o influencer Ivan Baron, um dos representantes da sociedade civil que subiu a rampa na posse de Lula (PT), como embaixadores da campanha de vacinação. Na segunda-feira passada, em visita ao Rio, Lula afirmou que a vacinação de crianças será obrigatória para o recebimento do Bolsa Família.
“Vamos usar todos os meios e estamos organizando essas formas com a sociedade civil para fazer com que o Brasil volte a ser um orgulho em termos de vacinação”, diss Nísia.
“Vacinar é um ato de cuidar. No caso de criança e adolescentes, é um direito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, reforçou a ministra.
Yanomami
A ministra afirmou ainda que a pasta está em um esforço de reestruturação da secretaria de saúde indígena. Na sexta-feira (10), o Ministério da Saúde nomeou o técnico de enfermagem Leandro Alves Lacerda como o novo coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Yek’uana (Dsei-YY) após o coordenador substituto que respondia pelo órgão se demitir.
Nísia se comprometeu a colaborar com as investigações sobre o suposto desvio de medicamentos para a malária no território Yanomami. Em janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou ao ministério uma denúncia de que garimpeiros estariam comercializando ilegalmente o medicamento, que deveria ser destinado de forma gratuita aos indígenas.
“O Ministério da Saúde dará todas as informações que estiverem disponíveis para ajudar na investigação de um crime. Estamos falando de um crime que reforça a crise humanitária entre os yanomami”, afirmou. A contratação de profissionais para atuar na região via Mais Médicos está prevista para começar em 14 de março, informou a ministra.
Agenda 2030
Nísia também reforçou o compromisso do governo federal com os objetivos da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e traçou como prioridade a recuperação da coordenação nacional de todo o sistema envolvido nas metas. “Essa agenda vinha sendo um parâmetro e foi afetada pela pandemia, mas também por governos que não assumiram esse compromisso efetivamente. E o governo do Brasil, liderado pelo presidente Lula, volta com força a essa agenda”, disse.
Esta é a sexta edição da G-Stic, considerada a maior conferência global de ciência, tecnologia e inovação para aceleração da Agenda 2030. Realizado pela primeira vez nas Américas, o evento é organizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Fonte: Valor Econômico