O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou financiamento de R$ 364 milhões para a Brainfarma, braço do grupo Hypera Pharma.
Os recursos serão destinados a uma fábrica de medicamentos biológicos, a um centro de pesquisa e desenvolvimento e à construção de uma planta pioneira para a produção de um Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), importante insumo das vacinas.
O crédito, proveniente do programa BNDES Mais Inovação, corresponde a quase 90% do total do investimento necessário.

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O projeto é considerado relevante pelo governo para que instituições públicas, como o SUS, tenham fornecedores nacionais com rápido prazo de entrega, especialmente no que se refere a medicamentos oncológicos, uma das prioridades da Brainfarma.
Atualmente, o grupo tem quase 100 moléculas em pesquisa para esse segmento, com destaque para aproximadamente 40 moléculas voltadas para oncologia.
A previsão é que, a partir de 2026, elas já estejam em fase de comercialização após a aprovação da Anvisa.
“Temos um déficit enorme no setor farmacêutico e a pandemia deixou essa situação ainda mais evidente. Por isso, o BNDES está avançando em políticas públicas e no fomento ao setor”, disse o presidente do banco, Aloizio Mercadante.
Para o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon, a inovação é um pilar central da estratégia de neoindustrialização.
“O BNDES atingiu em 2024 marca recorde de apoio ao setor, contribuindo decisivamente com Nova Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial de Saúde, que leva em conta os principais desafios atuais do SUS”, disse Gordon.
De janeiro de 2023 a outubro de 2024, as aprovações de crédito do BNDES para o complexo industrial da saúde somaram R$ 5,2 bilhões, valor recorde da série histórica, iniciada em 1995, e igual à soma de todo o período entre 2018 e 2022.
Somente no segmento da indústria farmacêutica, o total aprovado nos primeiros sete meses de 2024 já alcançou R$ 2,1 bilhões, valor 33% superior ao registrado em todo o ano de 2023 (R$ 1,5 bilhão).
Com Stéfanie Rigamonti
Fonte: Folha de S.Paulo