A União Europeia (UE) concordou hoje em proibir a entrada de produtos feitos com trabalho forçado no mercado europeu, em uma decisão que pode aumentar as tensões comerciais com a China.
Pelo acordo, os países-membros ou a própria Comissão Europeia serão responsáveis por investigar relatos de trabalho forçado ao redor do mundo, além de apreender e destruir produtos que violassem a proibição.
“Se a investigação concluir que foi utilizado trabalho forçado, as autoridades podem exigir que os bens relevantes sejam retirados do mercado da UE e dos mercados online e confiscados nas fronteiras”, afirma o documento, que ainda requer aprovação final dos Estados-membros e do Parlamento Europeu.
Segundo o “Financial Times”, autoridades da UE afirmaram que não poderiam focar apenas a China na proibição, já que isso poderia violar as regras de antidiscriminação da Organização Mundial do Comércio.
No entanto, a UE intensificou recentemente suas ações contra a China à medida que seu déficit comercial atingiu níveis recordes. O bloco chegou a abrir uma investigação sobre a importação de veículos elétricos chineses subsidiados no fim do ano passado.
Em 2022, os Estados Unidos bloquearam todas as importações da região chinesa de Xinjiang, onde alegam que Pequim obriga muçulmanos uigures a trabalhar. A UE importa grandes quantidades de painéis solares da região e a Volkswagen, marca alemã, opera uma fábrica de montagem de carros por lá.
Fonte: Valor Econômico

