O setor econômico da saúde mantém posição de destaque no mercado de trabalho brasileiro em 2025. De janeiro a setembro, foram criadas 125.953 vagas formais com carteira assinada, segundo dados do Novo Caged, divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O volume de contratações coloca a saúde como responsável por 7,33% de todos os postos de trabalho formais criados no país no período, contribuindo para elevar o estoque total de vínculos ativos no setor a 3.235.466 trabalhadores em setembro. Com esse contingente, a saúde permanece como o terceiro maior empregador do Brasil entre os grandes segmentos econômicos, atrás apenas de comércio e indústria.
Embora expressivo, o desempenho do setor em 2025 não superou o resultado do ano anterior. De janeiro a setembro de 2024, haviam sido criadas 158.738 vagas, um contingente de 32.785 a mais que em 2025, o que representa uma redução de 20,65% no ritmo de geração de empregos. Ainda assim, o resultado atual configura o segundo melhor desempenho pós-pandemia, superior aos observados em 2023 (103.728 vagas) e 2022 (96.889).
Um aspecto relevante dos dados é a consistência da geração de empregos ao longo do ano. Diferentemente de outros setores que alternam meses de saldo positivo e negativo, a saúde gerou vagas formais em todos os nove meses de 2025. O setor abriu 13.505 postos em janeiro, 16.731 em fevereiro, 12.616 em março, 19.381 em abril, 14.739 em maio, 16.300 em junho, 14.427 em julho, 13.305 em agosto e 4.949 em setembro.
A despeito de diferenças de intensidade mês a mês, o resultado evidencia um setor estável, contínuo e sustentado na geração de empregos, sem interrupções no fluxo de admissões. A desaceleração gradual ao longo do ano, culminando em setembro, não altera essa trajetória constante e demonstra a resiliência do segmento.
O mês de setembro, porém, marcou o menor ritmo de contratações do ano, com saldo de 4.949 vagas, o que representa uma queda de 75,14% em relação a setembro de 2024. A desaceleração está associada a ajustes orçamentários, sazonalidade e, sobretudo, ao comportamento de um de vários segmentos que compõem o setor econômico da saúde, a exemplo das Atividades de Atendimento Hospitalar, que no mês de setembro registrou uma redução de 860 postos de trabalho.
Apesar desse recuo pontual, o segmento hospitalar é o principal motor de geração de empregos da saúde em 2025. No acumulado de janeiro a setembro, os hospitais lideram o saldo anual, com a criação de 58.173 novas vagas, o equivalente a 46,18% de todas as admissões do setor no período. Em outras palavras, quase uma em cada duas vagas formais criadas na saúde em 2025 foi gerada dentro de hospitais, número que reforça a centralidade desse ambiente na dinâmica de trabalho do setor.
O perfil das contratações demonstra a forte presença feminina: 82,60% das vagas criadas no ano foram ocupadas por mulheres (104.051 empregos). A saúde também tem papel relevante na inserção de jovens no mercado formal: 49,30% das contratações ocorreram entre trabalhadores de 18 a 24 anos, seguidos pelas faixas de 25 a 29 e de 30 a 39 anos.
Por outro lado, houve saldo negativo entre profissionais com mais de 50 anos, indicando maior dificuldade de recolocação de trabalhadores mais experientes.
Em termos de escolaridade, predomina o perfil qualificado. Dos empregos gerados em 2025, 76% foram preenchidos por profissionais com ensino médio completo, enquanto 15% foram ocupados por pessoas com ensino superior completo. Apenas os grupos com educação fundamental incompleta e sem escolarização formal apresentaram saldos negativos.
Regionalmente, todas as macrorregiões registraram crescimento do emprego na saúde em 2025, com o Sudeste respondendo pela maior parte das contratações, seguido por Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Norte. A distribuição revela que a geração de empregos na saúde é capilarizada e presente em todo o território nacional, alcançando tanto capitais quanto cidades de médio porte, em razão da interiorização de serviços assistenciais e expansão de redes hospitalares.
Mesmo com a desaceleração em comparação a 2024, a leitura do conjunto de dados revela um setor estruturalmente robusto, que segue gerando emprego em todos os meses do ano, absorvendo mão de obra jovem e feminina, e sustentando dinamismo econômico em todas as regiões do país.
Mais do que um segmento econômico, a saúde se confirma como um ativo estratégico para o desenvolvimento nacional. Saúde é emprego, é cuidado e é desenvolvimento.
Fonte: JOTA Info