O presidente Donald Trump expandiu suas ameaças tarifárias para incluir a China e a União Europeia em seu segundo dia de mandato, depois de ter mirado Canadá e México no primeiro dia.
“Estamos falando de uma tarifa de 10% sobre a China, com base no fato de que eles estão enviando fentanil para o México e o Canadá”, disse Trump durante um evento na Casa Branca na terça-feira, mencionando 1º de fevereiro como uma possível data.
“Outros países também abusam bastante, vocês sabem, não é só a China”, acrescentou Trump. “Temos um déficit de US$ 350 bilhões com a União Europeia. Eles nos tratam muito, muito mal, então terão que lidar com tarifas.”
Essas ameaças refletem declarações feitas por Trump durante sua campanha e após sua ampla vitória em 5 de novembro. No entanto, a única ação concreta até agora foi ordenar uma revisão das práticas comerciais, cujo resultado deve ser apresentado até 1º de abril, dando à China e a outros países quase 10 semanas para evitar novas tarifas ou atender às demandas de Trump.
O governo chinês reiterou sua oposição às tarifas, com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, afirmando na quarta-feira que “não há vencedores em uma guerra comercial” e acrescentando que a China protegeria seus interesses nacionais.
Volatilidade nos mercados
Na terça-feira, o vice-primeiro-ministro chinês, Ding Xuexiang, disse que a China ampliaria suas importações e que o país não busca um “superávit comercial”. Fontes relataram que Trump estaria interessado em abrir negociações com a China.
No primeiro dia de seu novo mandato, Trump evitou anunciar tarifas específicas contra a China, embora tenha declarado a intenção de impor taxas de 25% ao Canadá e ao México até 1º de fevereiro. Essa postura impulsionou ganhos nas ações asiáticas na terça-feira, mas os mercados reagiram negativamente às declarações de Trump na quarta-feira.
As ações chinesas caíram, com o índice CSI 300 registrando sua primeira queda em cinco dias, enquanto o Hang Seng China Enterprises foi o pior desempenho na Ásia. Investidores se preparam para mais volatilidade, mesmo que a tarifa de 10% seja menor que os 60% sugeridos durante a campanha de Trump.
Ameaças ao Canadá e México
Trump também reiterou na terça-feira a ameaça de impor tarifas ao Canadá e ao México, enfatizando que não se trata de uma renegociação do acordo de livre comércio entre os três países, mas de uma resposta ao fluxo de imigrantes ilegais e drogas para os EUA.
Ainda não está claro sob qual autoridade legal Trump poderia impor essas tarifas. Na segunda-feira, ele ordenou que as autoridades “avaliem a migração ilegal e os fluxos de fentanil” do Canadá, México e China e apresentem um relatório até 1º de abril. Antes da posse, havia especulações de que Trump poderia declarar uma emergência econômica nacional para permitir novas tarifas, mas isso ainda não foi anunciado.
Preparação para medidas futuras
Embora as ações imediatas da administração Trump não resultem em novas tarifas, um relatório do escritório Baker McKenzie destacou que o memorando demonstra um esforço claro e metódico para preparar o terreno para ações futuras, como tarifas e outras medidas.
Trump adotou uma postura agressiva em relação à China durante seu primeiro mandato, iniciando uma disputa que remodelou cadeias de suprimentos e a economia global. Dias antes de sua segunda posse, Trump conversou com Xi Jinping, discutindo comércio, fentanil e o TikTok, da ByteDance Ltd.
“Não falamos muito sobre tarifas, mas ele sabe onde eu me posiciono”, disse Trump na terça-feira, defendendo sua abordagem.
“Olhem, eu impus grandes tarifas à China. Arrecadei centenas de bilhões de dólares. Antes de mim, a China nunca pagou nem 10 centavos aos Estados Unidos”, declarou ele.
— Com contribuições de James Mayger, Lin Zhu, Meghashyam Mali, John Harney e Lucille Liu.
Fonte: Bloomberg
Traduzido via ChatGPT

