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A transição para uma economia global de baixo carbono demandará investimentos de US$ 3 trilhões, disse no sábado a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen durante evento promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na capital paraense.
“Estar tão perto da magnífica Amazônia também é um lembrete de que a transição para uma economia global de baixo carbono também é a maior oportunidade econômica do século XXI”, disse Yellen. “A transição exigirá nada menos que US$ 3 trilhões em novo capital de muitas fontes a cada ano entre agora e 2050. Isso pode ser alavancado para apoiar caminhos para um crescimento sustentável e inclusivo, inclusive para países que historicamente receberam menos investimentos.”
Em sua passagem por Belém, Yellen participou de eventos com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o presidente do BID, Ilan Goldfajn, e o governador do Pará, Helder Barbalho.
Ela anunciou uma iniciativa de sua pasta para estrangular as finanças de atividades ilícitas na Amazônia, como o desmatamento e a mineração ilegais. Essa ação, segundo Yellen, ocorrerá em parceria com Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
Essa iniciativa se baseia em quatro eixos, segundo o governo americano. O primeiro deles é fortalecer a cooperação regional para interromper o financiamento de atividades criminosas na região.
O segundo, relativo à inteligência financeira, prevê que autoridades americanas realizem treinamentos de “follow the money” (ou seja, rastrear as movimentações financeiras) a fim de “conduzir investigações de lavagem de dinheiro contra organizações criminosas transnacionais, cartéis de drogas e outros atores ilícitos envolvidos em crimes contra a natureza”.
O terceiro eixo do programa prevê o compartilhamento de informações entre os países “para identificar finanças ilícitas associadas a crimes contra a natureza”. Para Yellen, “a importância do dólar americano e do sistema financeiro no comércio e finanças internacionais significa que os Estados Unidos têm um papel importante a desempenhar”.
O último tópico envolve investigações conjuntas “contra atores corruptos, organizações criminosas, traficantes de drogas e outros envolvidos em atividades ilícitas que geralmente acompanham crimes contra a natureza”.
Segundo material distribuído pelo governo americano, uma Avaliação Nacional de Risco de Lavagem de Dinheiro de 2024 do Tesouro demonstrou que “os crimes contra a natureza se sobrepõem à corrupção, ao tráfico de drogas e ao crime organizado transnacional”.
Ao longo do dia, Yellen defendeu que a pouca efetividade no enfrentamento das mudanças climáticas é fruto não somente de deficiências na política ambiental, mas também de uma “má política econômica”.
“Simplificando, negligenciar o enfrentamento das mudanças climáticas e da perda da natureza e da biodiversidade não é apenas uma má política ambiental. É uma má política econômica”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico

