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Wall Street teve ontem um movimento de correção que pressionou os Treasuries, títulos do Tesouro, e as ações de empresas beneficiadas pelo rali da inteligência artificial (IA) generativa nas bolsas de Nova York. Com isso, as taxas da renda fixa americana terminaram a sessão em alta e os índices acionários não firmaram direção única na volta do feriado de “Juneteenth”, celebrado na véspera.
O S&P 500 terminou o pregão em queda de 0,25%, a 5.473,17 pontos, enquanto o Nasdaq recuou 0,79%, a 17.721,59 pontos. Menos influenciado pelo desempenho das empresas de tecnologia e puxado pelo bom desempenho das chamadas ações “blue chip”, o Dow Jones anotou alta de 0,77%, a 39.134,76 pontos.
Na renda fixa, a taxa da T-note de 2 anos terminou o dia em alta a 4,750%, de 4,725% no fechamento de terça-feira. Na mesma comparação, a taxa da T-note de 10 anos subiu de 4,227% a 4,264% e a do T-bond de 30 anos avançou de 4,357% a 4,399%.
Além do movimento de correção, os Treasuries voltaram a ser pressionados pelo teor conservador de comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed). O presidente da distrital de Mineápolis do banco central americano, Neel Kashkari, afirmou que os Estados Unidos só devem atingir a meta de inflação de 2% do Fed daqui a um ou dois anos. Já Thomas Barkin, do Fed de Richmond, disse que a inflação precisa evoluir mais antes de um corte de juros.
Nem mesmo o alto nível dos pedidos por seguro-desemprego nos Estados Unidos e uma postura mais “dovish” (pró-alívio monetário) de bancos centrais europeus foi suficiente para apoiar os Treasuries ontem. Antes do início da sessão em Nova York, o Banco Nacional da Suíça (SNB) surpreendeu ao cortar os juros em 0,25 ponto percentual pela segunda reunião seguida. Já o Banco da Inglaterra (BoE) deu sinais de que um corte de juros no Reino Unido deve ocorrer, a menos que a inflação do país surpreenda negativamente.
“Como observamos recentemente, houve uma mudança na direção da política monetária global, que foi ampliada ainda mais com o corte de 0,25 ponto do SNB. Dito isso, não há nada prescritivo para o Fed em relação a uma mudança na política monetária europeia em si. O Fomc [comitê de política monetária do Fed] pode permanecer no juro terminal enquanto os dados garantirem que um atraso da flexibilização é apropriado”, dizem Ian Lyngen e Vail Hartman, estrategistas de renda fixa da BMO Capital Markets.
Fonte: Valor Econômico

