O Procon de São Paulo notificou supermercados e drogarias do litoral paulista para reporem e reforçarem com “agilidade” os estoques de bebidas e remédios, em meio a uma explosão de casos de gastroenterites nas unidades de pronto-atendimento da região. A Baixada Santista foi uma das regiões mais afetadas nos últimos dias, mas o Procon destaca que também há problemas de fornecimento no litoral norte. A prefeitura de Guarujá afirma que o esgoto clandestino pode ser a causa do surto.
De acordo com nota divulgada pelo Procon nesta segunda-feira (6), foram notificadas a Associação Paulista de Supermercados (Apas), a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), a Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e também o Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Procurada pelo Valor, a Abrafarma afirmou que ainda não recebeu a notificação do Procon e que nenhuma de suas associadas comunicou situação de indisponibilidade de medicamentos. A entidade afirma ainda que não possui ingerência sob os estoques e negociações com a indústria das empresas associadas.
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A RD SaúdeCotação de RD Saúde, controladora das redes Droga Raia e Drogasil, afirmou que as unidades ficaram desabastecidas “principalmente na semana do réveillon”, com um crescimento importante da demanda. A companhia aponta que a “reposição de produtos é constante” e que “todos os esforços estão sendo feitos” para manter os estoques regularizados. Já a Pague Menos remeteu a questão à Abrafarma e não especificou a situação na rede.
A Farma Conde afirma que a demanda está até quatro vezes acima do esperado em Guarujá, Santos e Praia Grande, além de Ubatuba e Caraguatatuba. Por meio de nota, a companhia apontou que a partir de 1º de janeiro houve maior procura de sais de reidratação oral, analgésicos, probióticos e remédios para náuseas. A Farma Conde aponta que as unidades estão sendo abastecidas diariamente. “De cada três atendimentos, dois são de pessoas com sintomas de virose em busca de medicamentos específicos”, afirma Murilo dos Santos, gerente regional e farmacêutico da Farma Conde na Baixada Santista.
O Valor entrou em contato com a Farmácias Nissei e com a DPSP, controladora de Drogaria São Paulo e Drogaria Pacheco, e aguarda retorno.
De acordo com o Procon, a recomendação às entidades setoriais é um “movimento preventivo” para que as empresas associadas se mobilizem, “equilibrando o mercado e evitando situações de aumento abusivo de preços”. O Procon afirma que, em caso de preços abusivos, a população pode registrar uma denúncia junto à entidade e registrar um boletim de ocorrência, a partir das informações que constam em nota fiscal.
Fonte: Valor Econômico