Executivos do setor argumentaram que as possíveis contribuições do varejo brasileiro para diminuir os preços da comida aos brasileiros passam pela necessidade de cortar custos operacionais das empresas
, Valor — Brasília
A busca por uma solução para a alta nos preços dos alimentos não é um tema direcionado apenas aos ministros da área agrícola do governo federal. Ainda em novembro de 2024, associações de supermercados se reuniram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e mais oito ministros para discutir projetos com o objetivo de frear a inflação desses produtos.
Executivos do setor argumentaram que as possíveis contribuições do varejo brasileiro para diminuir os preços da comida aos brasileiros passam pela necessidade de cortar custos operacionais das empresas – e não sacrificar “ainda mais as estreitas margens de lucro”, diz a apresentação feita na ocasião a qual o Valor teve acesso. Juros e impostos estão no centro das preocupações.
Na lista de sugestões ao governo federal para amenizar a inflação de alimentos nos supermercados, as entidades incluíram pedidos para diminuir os custos dos meios eletrônicos de pagamento no varejo. Duas propostas colocadas na mesa defendiam a implantação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) com a tecnologia do eSocial e a redução do prazo de reembolso dos cartões de crédito.
Os empresários varejistas citaram ainda a intenção de venda de medicamentos sem receita nos supermercados, a isenção para doação de alimentos, a modernização do prazo de validade de alguns itens, para combater o desperdício, além de medidas para estimular a geração de emprego no setor.
Levantamento mais recente do Departamento de Economia e Pesquisas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostra evolução de 9,46% nos preços de 35 produtos de largo consumo das famílias brasileiras em 12 meses. Em novembro de 2024, essa cesta custava R$ 780,36. A lista inclui alimentos básicos e itens de higiene pessoal.
A cesta de 12 alimentos básicos (açúcar, arroz, café, carne, farinha de mandioca, farinha de trigo, feijão, leite longa vida, margarina, macarrão, óleo de soja e queijo) ficou ainda mais cara no período, com alta acumulada de 13,74% desde novembro de 2023, saindo de R$ 297,92 para R$ 338,35.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2022/T/r/YDRYPLTcAUiZx6I6z4Xw/98375579-ec-20rio-20de-20janeiro-20rj-2030-03-2022-20brasil-20surreal-20-20fotos-20dos-20pre-c3-a7os-20dos-20alimentos-20em-20dive-20-281-29.jpg)