O J.P.Morgan agora espera que o Federal Reserve dos Estados Unidos reduza a taxa de juros em 25 pontos-base na reunião de setembro, citando sinais de fraqueza no mercado de trabalho e incertezas em torno da mais recente indicação do presidente Donald Trump para o Fed.
A corretora havia anteriormente previsto um corte de 25 pontos-base apenas em dezembro, mas afirmou em nota nesta quinta-feira que os riscos agora apontam para uma ação antecipada, seguida de mais três cortes de um quarto de ponto antes de o Fed pausar.
“Para (o presidente do Fed, Jerome Powell), as considerações de gestão de risco na próxima reunião podem ir além do equilíbrio entre riscos de emprego e inflação”, escreveu o analista do J.P.Morgan, Michael Feroli.
Trump nomeou nesta quinta-feira Stephen Miran, presidente do Council of Economic Advisers (Conselho de Assessores Econômicos), para ocupar temporariamente uma vaga no conselho diretor do Federal Reserve, substituindo a governadora Adriana Kugler, que está deixando o cargo. Segundo Trump, a Casa Branca está ativamente em busca de um candidato para ocupar permanentemente a vaga de 14 anos no conselho do Fed, que ficará disponível em 1º de fevereiro, e também está considerando possíveis substitutos para Powell, cujo mandato termina em 15 de maio de 2026.
A confirmação de Miran antes da reunião de política monetária de 16 a 17 de setembro permanece incerta, mas o JPM afirmou que sua presença pode aumentar as divisões dentro do comitê responsável pela definição da taxa de juros.
A medida segue repetidas, mas malsucedidas, tentativas de Trump de pressionar os formuladores de política monetária do Fed a reduzirem os juros. Ao indicar Miran para o banco central, mesmo que em um papel temporário, Trump obtém um caminho potencialmente mais direto para influenciar a política monetária e exercer influência sobre o banco central mais poderoso do mundo.
A nomeação pode intensificar divisões internas no Fed, com o JPM sugerindo que a presença de Miran poderia levar a três votos dissidentes. O BofA Global Research projeta pelo menos mais um dissenso em setembro caso os cortes de juros não se concretizem, citando a postura crítica de Miran em relação ao banco central.
A decisão do Fed pode depender dos dados de emprego de agosto. O JPM afirmou que uma taxa de desemprego de 4,4% ou mais poderia justificar um corte maior, enquanto uma leitura inferior poderia gerar resistência de formuladores de política focados na inflação.
Separadamente, a nota do JPM mencionou que o governador do Fed, Christopher Waller, está emergindo como o principal candidato para suceder Jerome Powell na presidência do Fed, movimento que, segundo o banco, provavelmente seria bem recebido pelos mercados financeiros.
Analistas do Barclays ecoaram esse sentimento, afirmando que a nomeação de Waller reduziria a incerteza em relação à forma como o Fed responde aos dados econômicos, o que poderia beneficiar títulos de prazo mais longo.
Atualmente, os traders precificam uma probabilidade de 89,2% de corte de juros em setembro, em comparação com 37,7% na semana passada, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.
Fonte: Reuters
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