A maior varejista de farmácias do país afirma que vê retomada no ritmo de alta de vendas neste começo de ano
Por Adriana Mattos, Valor — São Paulo
Maior varejista de farmácias do país, a Raia Drogasil (RD) sentiu uma desaceleração no ritmo de crescimento de outubro a dezembro, mas afirma que vê retomada na velocidade neste começo de ano.
As vendas líquidas subiram 14,4% no quarto trimestre, versus avanço de 16,3%, 18,1% e 21,6%, no terceiro, segundo e primeiro trimestres de 2023, respectivamente. Ou seja, houve uma curva de desaceleração a cada trimestre.
“Tivemos um trimestre mais ‘soft’ de venda, mas estamos normalizando neste ano”, disse a analistas nesta manhã Eugenio De Zagottis, vice-presidente de relações com investidores e novos negócios.
A empresa fechou o ano de 2023 com receita bruta de R$ 36,3 bilhões, crescimento de 17,4% sobre 2022.
Questionado sobre a queda de demanda, Zagottis disse “que é difícil saber”.
“Sujeito já morreu, não tem jeito, acontece, o ‘tri’ veio fraco e depois têm o ‘rebound’, o setor continua com crescimento contratado [pelo envelhecimento contínuo da população]”, disse ele. “Se o trimestre levou um soluço, paciência, segue para o próximo”.
A empresa ressaltou que ganhou participação de mercado, ou seja, desacelerou menos que o setor. O “share” entre o quarto trimestre de 2022 e de 2023 subiu de 15,2% para 16,1%.
Nesse cenário de fim de ano mais fraco, a Raia Drogasil perdeu alavancagem operacional no quarto trimestre, com menor diluição de estoques, mas vê retorno dessa alavancagem no primeiro trimestre.
A empresa tratou de destacar os números acumulados de crescimento da rede desde a sua formação, após a fusão dos grupos, e Zagottis disse que, em alguns anos, a venda anual da RD será igual à receita somada das farmácias do 2º ao 5º lugar do ranking geral do setor.
A companhia mantém a projeção de 280 a 300 lojas ao ano, em 2024 e 2025 — em 2023, foram 270 aberturas e 14 encerramentos.
“Se não abrir loja, vamos perder share, e abrir loja é um dos nossos principais ‘drivers’ de crescimento”, disse Marcilio Pousada, CEO do grupo.
Zagottis lembrou que, com mais lojas sendo abertas, há efeitos como maiores despesas, efeito eventual de canibalização, problemas de contratação, entre outros, mas que isso é “motor” da empresa.
Sobre margens, a companhia registrou praticamente estabilidade, de 28,1%, no índice bruto. Houve efeito de “mix” negativo de 0,2 pontos em função do forte crescimento de um negócio do grupo, a 4Bio, e um efeito negativo de 0,1 ponto em função do Difal, a Diferencial de Alíquota do ICMS, também na 4Bio.
Para a margem Ebitda, que mede lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação, de 6,4%, uma queda de 0,8 pontos. “Essa contração se deveu principalmente ao benefício pontual de 0,5 pp na base do ano passado […] e aos efeitos adversos combinados de 0,3 pontos em função do mix e do Difal“ trazidos pela 4Bio”, escreveu a empresa no material de resultados.
Fonte: Valor Econômico