O dono da rede de farmácias Ultrafarma, o empresário Sidney Oliveira, foi preso na manhã desta terça-feira (12) durante uma operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que visava desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria de Estado da Fazenda.
Segundo apontou a investigação, um fiscal de tributos estadual manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas. Em contrapartida, ele recebia propina mensal. Os envolvidos podem responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As informações iniciais são da TV Globo.
Atualmente, a Ultrafarma é líder no comércio eletrônico farmacêutico no Brasil, com mais de 4 milhões de clientes ativos e mais de 15 mil produtos disponíveis para venda através do e-commerce e lojas.
Nascido em 15 de novembro de 1953 em Umuarama, no Paraná, Aparecido Sidney de Oliveira começou a trabalhar em farmácias ainda criança, aos 9 anos, na cidade vizinha Nova Olímpia.
Com o tempo, ele passou a vender medicamentos na região até conseguir comprar a sua primeira farmácia própria. Oliveira construiu uma rede de 12 farmácias no Paraná até meados da década de 1980, quando decidiu vender todas as unidades e vir para São Paulo.
Em 1998, fundou a rede Drogavida, porém, vendeu a empresa pouco depois por não conseguiu competir com as redes de drogarias maiores daquela época.
Então, nos anos 2000, ele fundou a Ultrafarma, que desde o início teve o seu rosto como propaganda. Já em 2014, o empresário lançou a Linha de Vitaminas que leva seu nome.
Na sua vida pessoal, ele se declara um “católico fervoroso” e tem 10 filhos. Em 2009, ele se separou da sua então esposa Áurea Lima após 18 anos de matrimônio. Em 2024, Oliveira se casou novamente, desta vez com Sai Ponjan, em uma cerimônia tailandesa, após 8 anos de relacionamento.
Eventualmente, Oliveira faz doações a hospitais, como a parceria firmada com o Hospital do Amor e a doação de R$ 1,2 milhão, junto com membros da indústria farmacêutica, ao Hospital da Brigada. Ambas as ações foram realizadas em 2020.
Em 2019, Oliveira foi acusado de sonegar impostos e teve as suas contas bloqueadas pela Justiça Federal de São Paulo. Na época, foi noticiado que ao menos sete empresas ligadas ao empresário deviam juntas quase R$ 3 milhões de impostos federais no Estado de São Paulo.
Um dos processos que gerou esse bloqueio de bens foi aberto em 1998 e se referia a uma drogaria que fechou enquanto detinha uma dívida de R$ 35 mil em tributos. Os outros seis processos repetia esse modus operandi de fechar após contrair dívida.
Outro preso na operação nesta terça-feira é o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes.
Formado em administração, ele trabalha na companhia há 30 anos, tendo atuado como diretor de tecnologia nos primeiros 20 anos.
Segundo o “Metrópoles”, Gomes também é produtor rural e tem uma criação de bovinos para leite.
Fonte: Valor Econômico