Por Lu Aiko Otta — De Brasília
16/09/2022 05h01 Atualizado há 4 horas
O Farmácia Popular e “todos os programas sociais” vão prosseguir, disse ontemo ministro da Economia, Paulo Guedes, em entrevista ao programa A Voz do Brasil. Ele reafirmou ainda que o Auxílio Brasil será mantido em R$ 600 no ano que vem.
As afirmações consideram um cenário de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No mesmo dia em que sua equipe divulgou novas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, de 2% para 2,7%, o ministro reafirmou que espera chegar aos 3%.
“Este ano, que diziam que haveria recessão, estão revendo para cima o tempo inteiro”, disse, referindo-se a analistas de mercado. “Acho que vamos chegar a 3%.”
Ressaltou que o Brasil está crescendo mais rápido do que se previa, e a inflação, descendo. “Tem muita gente achando que pode ficar abaixo de 6%”, comentou. Ele preferiu um dado mais conservador, 6,5%, correspondente à previsão atual. A projeção divulgada ontem para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é 6,3%.
Guedes fez um contraponto entre o atual cenário da economia brasileira e as principais economias do mundo. “O Brasil é um porto seguro num mundo em tempestade”, comparou. “A guerra está escalando lá fora; vai ser um inverno duríssimo na Europa, vai ser guerra fria literalmente.” Os Estados Unidos, acrescentou, enfrentarão recessão econômica.
Enquanto isso, no Brasil, a economia está em crescimento, a inflação em queda e 100 milhões de trabalhadores estão empregados, frisou. A taxa de desemprego em 2022 deverá chegar a 8%, o menor nível em 15 anos.
Responsáveis pela geração de 75% dos empregos no Brasil, os pequenos negócios estão tendo acesso ao crédito. Segundo o ministro, o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) está emprestando R$ 1 bilhão por dia.
Ele comentou que, no pós-pandemia, metade do crédito foi direcionada às pequenas e médias empresas. Mas o Brasil passou muito tempo encaminhando recursos a grandes empresas, criticou.
Guedes destacou a importância das privatizações e desinvestimentos, que somaram R$ 260 bilhões. “A Petrobras não tem de vender espelhinho, bombom e sorvete em posto de gasolina”, disse.
Os recursos dos desinvestimentos ajudaram a reduzir a dívida pública, de forma que ela está nos mesmos níveis de quando começou a pandemia: 76% do PIB. “Somos uma geração que pagou pela guerra.” As concessões, por sua vez, permitiram arrecadar R$ 150 bilhões, que ajudam a pagar o Auxílio Brasil “e outras coisas que estamos fazendo”. Há R$ 900 bilhões em investimentos contratados para os próximos dez anos, disse.
Fonte: Valor Econômico

