Crescimento virá de suas unidades com capacidade ociosa, parcerias com operadoras de planos e indústria farmacêutica, além de maior oferta de tipos de atendimentos
Por Beth Koike, Valor — São Paulo
29/11/2023 12h02 Atualizado há 17 horas
A expansão da Oncoclínicasnos próximos dois anos será orgânica e não por meio de aquisições. A companhia especializada em tratamento para câncer enxerga possibilidade de crescimento de dois dígitos nesse período vinda de suas unidades com capacidade ociosa, parcerias com operadoras de planos e indústria farmacêutica, além de maior oferta de tipos de atendimentos. A companhia vem aumentando suas parcerias para oferecer todo o tratamento oncológico, desde atendimento ambulatorial até cirurgias.
“A alocação de capital não pode interferir na desalavancagem da companhia. No terceiro trimestre, o capex [investimento] de manutenção ficou na casa dos R$ 30 milhões, além disso, vai ser capex light com desembolsos de recursos em parcerias como o Grupo Santa”, disse Cristiano Camargo, diretor de relações com investidores da Oncoclínicas, que realizou ontem evento com investidores e analistas, em São Paulo.
Ele destacou ainda que os investimentos de expansão serão aqueles com retorno rápido, com demanda já existente de pacientes, e que o foco é a geração de caixa. Na parceria do Grupo Santa, o hospital de Brasília encaminha seus pacientes ambulatoriais à Onco e, nos casos cirúrgicos, a rede envia para o Santa. A Oncoclínicas não tem hospitais nessa praça e, até então, abria mão do paciente que necessitava de uma cirurgia.
Camargo explicou que é possível esperar uma melhora de condições macroeconômicas para voltar a promover aquisições de clínicas, um mercado que interessa a poucos players. Não há muitas redes de clínicas oncológicas em processo de consolidação.
O faturamento do mercado oncológico deve sair dos R$ 80 bilhões a R$ 90 milhões em 2022 para R$ 200 bilhões a R$ 250 bilhões em 2030, o que representa um aumento entre 9% e 13%, no período.
O evento contou a presença de representes das operadoras de planos de saúde, Sami Foguel, presidente da Porto Saúde, e Eduardo Ribas, da Unimed Nacional, e da indústria farmacêutica, Gaetano Crupi, CEO da BMS, e de Sandra Monteiro, diretora da área de oncologia da MSD, além do médico Carlos Gil, da Oncoclínicas.
Os representes do setor concordaram que com a tendência cada vez maior de tratamentos oncológicos especializados, as operadoras de planos de saúde e redes de menor porte tendem a fechar portas devido ao alto custo dos atendimentos e o aumento de casos de câncer.
Com a indústria farmacêutica, Bruno Ferrari, presidente da Oncoclínicas, enxerga possibilidade de aumento de receita com ampliação de parcerias para desenvolvimento de medicamentos tanto usando sua base de dados quanto usando seu conhecimento cientifico.
Fonte: Valor Econômico