05/10/2022 | 06h57Atualização: 05/10/2022 | 08h54
O americano Barry Sharpless ganha a láurea pela segunda vez; pesquisas nessa área têm contribuído com o desenvolvimento de remédios para doenças como o câncer
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Um trio de cientistas – Carolyn Bertozzi, Morten Meldal e K. Barry Sharpless – é o vencedor do Prêmio Nobel de Química de 2022, conforme anunciou a Real Academia Sueca nesta quarta-feira, 5. Segundo os organizadores do prêmio, esses pesquisadores conseguem tornar processos químicos complexos mais fáceis e seus estudos contribuem com o avanço de descobertas farmacêuticas.
Sharpless, da Universidade La Jolla (Califórnia, EUA), e Meldal, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), foram responsáveis por criar a chamada “química do clique”, em que blocos moleculares são construídos e conectados de forma eficiente e rápida. Já Bertozzi, da Universidade Stanford (EUA), levou esse campo de estudos a um novo patamar, com o aplicação em organismos vivos, sem alterar a química natural das células.
Ainda conforme o anúncio da Academia Sueca de Ciências, a “química do clique”, que tem Sharpless como pioneiro no início deste século, é usada hoje no desenvolvimento de remédios e no mapeamento de DNA. Esse novo campo coloca a química, dizem especialistas, na era do funcionalismo.
Para Sharpless, mesmo que a “química do clique” não possa criar cópias exatas de moléculas naturais, é possível criar blocos moleculares com funções similares e com potencial de produção em larga escala. O dinamarquês Meldal, de 58 anos, também se notabilizou por pesquisas nessa área em trabalhos paralelos ao do americano Sharpless.
Congratulations to our new #NobelPrize laureate in chemistry Morten Meldal! 🎉 https://t.co/Xb9d4qg87c— The Nobel Prize (@NobelPrize) October 5, 2022
Com 81 anos, Sharpless já havia conquistado a mesma láurea em 2001 por seu trabalho na área de reações de hidrogenação quirais catalisadas. Ele se torna o 5º cientista a ganhar a medalha, depois de John Bardeen (Física em 1956 e 1972), Marie Curie (Física em 1903 e Química em 1911), Linus Pauling (Química em 1954 e da Paz em 1962) e Frederick Sanger (Química em 1958 e 1980).
Já a química das reações, bio-ortogonais é o campo de investigação impulsionado por Bertozzi, de 55 anos. Pesquisadores veem potencial de avanço na busca por medicamentos contra o câncer. A cientista americana compartilhou a vitória com a equipe que trabalha com ela há cerca de 25 anos. “É uma oportunidade para refletir sobre como sou sortuda de poder compartilhar com eles essa celebração.”
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As próximas categorias cujos vencedores serão conhecidos nesta semana são o Nobel da Literatura, na quinta-feira, 6, e o da Paz, na sexta-feira, 7. O prêmio de Ciências Econômicas é anunciado na segunda-feira, 10.
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Como funciona o prêmio
As indicações para o Nobel têm início um ano antes do anúncio dos vencedores. Cientistas, professores, acadêmicos e vencedores de outras edições enviam nomes para a consideração do Comitê Nobel, que decide quais serão os indicados de fato. Não é possível que uma pessoa indique a si mesma para a seleção.
O Prêmio Nobel foi criado pelo químico, inventor e empresário sueco Alfred Nobel, que patenteou mais de 350 produtos ao longo da vida — como a borracha, o couro sintético e o explosivo dinamite.
Alfred Nobel morreu em 1896, aos 63 anos, e determinou no testamento que a maioria de sua fortuna — estimada em mais de 31 milhões de coroas suecas — deveria ser convertida em um fundo que concedesse “prêmios para quem, durante o ano anterior, tiver conferido à humanidade os maiores benefícios”. A láurea, porém, só foi dada a partir de 1901
A entrega das honrarias ocorre sempre no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Nobel. Os laureados recebem diploma, medalha de ouro e uma quantia em dinheiro. Neste ano, esse valor será de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 4,88 milhões). / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Fonte: O Estado de S. Paulo