A administração da PortoCotação de Porto descarta a possibilidade de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) das verticais de serviços e saúde. Ambas obtiveram em agosto o registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“Não existe, no momento, nenhuma agenda específica nesse sentido em nenhuma das duas empresas, mesmo porque não há hoje um mercado benigno para movimentos de abertura de capital”, disse Paulo Kakinoff, diretor-presidente da companhia, em entrevista a jornalistas sobre os resultados do terceiro trimestre.
Segundo Kakinoff, a abertura de capital, se ocorrer, não deve ter relação com uma eventual necessidade de capital, mas para permitir atrair um parceiro estratégico que possa aportar conhecimento específico ou gerar novas receitas.
“Nós temos na própria vertical de saúde uma joint venture com a OncoclínicasCotação de Oncoclínicas, exatamente pela mesma finalidade. Juntos temos sinergias, destravamos valor e os dois negócios apresentam resultados superiores”, afirmou. “Existem outros potenciais parceiros que podem aportar conhecimento específico e as duas empresas estariam preparadas até mesmo para um movimento de IPO, se a gente entendesse que isso iria gerar valor para o grupo como um todo.”
Leia mais:
Em teleconferência com analistas, o tema foi retomado. Kakinoff disse que a Porto se habituou a ter uma política conservadora em relação à gestão do capital próprio e que, olhando para um período de até cinco anos, não vê, “mesmo nos cenários mais ácidos”, algo que limitaria o crescimento das verticais por necessidade de capital de terceiros.
“Nós preparamos as empresas, temos notado o interesse de potenciais investidores, mas esse movimento se dará, caso aconteça, fundamentalmente pela motivação estratégica e não pela necessidade de capital”, reforçou.
Questionado por um analista se, na hipótese do IPO de alguma divisão, a Porto manteria o controle da empresa, o presidente disse que, pensando até no longuíssimo prazo, não vê a empresa não tendo forte influência na gestão dessas verticais.
Sinistralidade
Também durante a teleconferência com analistas, a gestão da Porto fez comentários sobre o que espera da sinistralidade da área da saúde no próximo ano. Para a companhia, o retorno aos níveis registrados antes da pandemia da Covid-19 é uma boa tendência para 2025.
“Observamos que isso vem acontecendo gradativamente [nos últimos trimestres] e no terceiro trimestre tivemos mais uma comprovação disso”, disse Celso Damadi, vice-presidente financeiro, de controladoria, investimento e planejamento. “Olhando para o ano que vem, nós ainda vamos divulgar o guidance, mas tudo indica que essa tendência de gradual retorno a níveis pré-pandêmicos é uma boa tendência”, afirmou.
Mais cedo, a Porto revisou a projeção de sinistralidade para a vertical de saúde. Agora, a companhia espera que a sinistralidade fique na faixa de 75% a 79%. Anteriormente, a expectativa era pela faixa de 77% a 82%.
Fonte: Valor Econômico