- O Estado de S. Paulo.
- 22 Jan 2024
No início do ano, cientistas da Universidade de Harvard e da empresa suíça Hoffmann-La Roche, da área da saúde, desenvolveram um antibiótico com potencial para combater uma perigosa bactéria para a qual ainda não há tratamento específico, e classificada como patógeno prioritário pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A Acinetobacter baumanii, também conhecida pela sigla Crab, em inglês, é uma bactéria que se caracteriza por ser altamente resistente aos antibióticos, muito em função da presença de duas membranas de proteção, uma interna e outra externa, em sua estrutura.
O estudo de Harvard e da Hoffmann-La Roche, cujos resultados foram publicados na revista científica Nature no dia 3, teve por objetivo justamente desenvolver uma molécula que fosse capaz de atravessar as membranas duplas e matar a bactéria. Depois de anos de trabalhos, e examinando 45 mil pequenas moléculas, os cientistas chegaram ao desenvolvimento da zosurabalpina, medicamento que, na prática, inibe a Acinetobacter baumannii de realizar a ação de enviar moléculas chamadas lipopolissacarídeos para a membrana externa, tornando-as menos resistentes.
Os efeitos Reduziu gravidade de pneumonia em ratos e evitou a morte com sepse pelo patógeno
Esse impedimento do envio dos lipossacarídeos provoca o acúmulo dessas moléculas dentro da Acinetobacter, causando a morte do patógeno em razão do alto nível de toxicidade.
O antibiótico reduziu os níveis de bactérias em ratos com pneumonia induzida e também evitou a morte com sepse causada pelo patógeno. A bactéria resistente também é conhecida por acometer muitos pacientes hospitalizados e internados em casas de repousos, e por causar infecções graves nos pulmões, no trato urinário e no sangue. •
Fonte: O Estado de S. Paulo