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As medidas adotadas em agosto pelo governo federal podem diminuir pela metade o impacto do tarifaço americano sobre a economia brasileira, segundo o Ministério da Fazenda. Além disso, têm capacidade de preservar setores produtivos e evitar uma deterioração maior no mercado de trabalho, de acordo com a pasta.
Em entrevista coletiva ontem para comentar o Boletim Macrofiscal, documento em que apresenta suas projeções para as principais variáveis econômicas, a pasta apresentou estudo que mostra que, entre agosto deste ano e dezembro de 2026, as tarifas podem resultar em perda líquida de 138 mil postos de trabalho e provocar queda de cerca de 0,2 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Na avaliação do coordenador-geral de Projeções Econômicas, Rafael Leão, a retração decorre sobretudo da queda de 0,1 ponto percentual nos investimentos, devido a uma piora nas expectativas de demanda e também de rentabilidade, e da redução de 0,1 ponto percentual nas exportações líquidas sobre o PIB, que está associada diretamente à perda de mercado de produtos brasileiros nos EUA.
Esses efeitos, no entanto, seriam reduzidos pela metade com o Plano Brasil Soberano, segundo Leão. Ao oferecer crédito e condições mais favoráveis às empresas afetadas, ele explica que plano diminuiria a queda do PIB de 0,2 ponto para 0,1 ponto e atenuaria a perda de empregos, que passaria de 138 mil para cerca de 65 mil postos.
“Além disso, se a gente pensar que há medidas complementares previstas no plano, como diferimento de tributos, compras públicas de bens impactados, exigência de manutenção de postos de trabalho como contrapartida, pode reforçar ainda mais esse efeito da mitigação.”
No Boletim Macrofiscal, a pasta revisou de 2,5% para 2,3% a sua estimativa para o crescimento do PIB em 2025. Para 2026, a projeção foi mantida: alta de 2,4%.
A subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal, explicou que a revisão do PIB de 2025 tem a ver com um crescimento no segundo trimestre abaixo do que a pasta previa e com os dados já observados no terceiro trimestre.
Além disso, a pasta revisou de 4,9% para 4,8% a estimativa da inflação oficial (IPCA) em 2025 – a projeção para 2026 se manteve em 3,6%. A meta é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Segundo o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, há expectativa de inflação com alguma margem de folga dentro da meta do ano que vem. Além disso, ele disse que a ancoragem das expectativas de inflação geram expectativa de redução da Selic.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) também atualizou outros índices: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deve ficar em 4,7% neste ano e 3,3% no próximo, e o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) deve fechar 2025 em 2,6% e 2026 em 5%.
A Fazenda espera que o PIB de julho a setembro cresça 0,4% na comparação com abril a junho. Ante o mesmo período do ano passado, a estimativa é de 2%.
A variação trimestral é a mesma do segundo trimestre, mas na comparação anual deve haver desaceleração, já que de abril a junho o crescimento foi de 2,2% ante o mesmo período de 2024.
Fonte: Valor Econômico

