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O desempenho da economia brasileira acima do previsto para o segundo trimestre levou a uma série de revisões das projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Bancos como Citi Brasil, Barclays, Goldman Sachs, J.P. Morgan e consultorias e instituições financeiras revisaram a projeção de crescimento para a economia brasileira neste ano, após a divulgação dos dados do PIB pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ABC Brasil revisou sua projeção de crescimento para 2024 de 2,6% para 3,3% “Nossa expectativa agora é de um crescimento da ordem de 3,3% neste ano. Desacelerando para mais próximo do potencial em 2025, com alta de 1,9%”, afirmou o economista Daniel Xavier Francisco, em nota a clientes.
Com a surpresa do PIB no segundo trimestre, o J.P. Morgan atualizou a projeção de crescimento do PIB de 2024 de 2,9% para 3,2%, indicando que o crescimento deste ano será mais forte do que o do ano passado, mesmo que desta vez não tenha havido nenhum impulso vindo do setor agrícola.
Em boletim divulgado pelo banco, os economistas Vinicius Moreira e Cassiana Fernandez afirmaram que o desempenho econômico no primeiro semestre ficou bem acima de expectativas do banco.
À frente, esperam moderação no crescimento econômico, principalmente porque a maior parte dos efeitos de estímulos fiscais está perto de acabar.
Os bancos Goldman Sachs, Citi Brasil, B. Side, Pine recalibraram projeções de crescimento neste ano para 3%, assim como a ASA Investiments e a Kinitro Capital.
O Citi elevou a projeção para 2024 de 2% para 3%, após a divulgação do resultado do segundo trimestre. A estimativa para 2025 também subiu de 1,5% para 2%.
Para a equipe do banco, o crescimento do PIB no segundo trimestre fortaleceu a visão de que a demanda continua a crescer muito acima da oferta, dada estimativa de crescimento potencial do PIB de 1,5% a 2% ao ano, ante crescimento médio de 4,7%, anualizado, no primeiro semestre de 2024.
O Goldman Sachs também revisou sua projeção para o PIB do Brasil em 2024 de 2,5% para 3%.
“A atividade se firmou ainda mais no segundo trimestre, impulsionada pela dinâmica demanda doméstica”, afirmou Alberto Ramos, economista chefe para América Latina do banco, em relatório enviado a clientes.
Ele observou que, apenas com o resultado do segundo trimestre, se o PIB ficasse estagnado até o fim do ano, o crescimento da atividade econômica brasileira em 2024 já seria de 2,5%.
A B.Side elevou sua projeção de PIB para 2024 de 2,4% para 3%, assim como o banco Pine confirmou a projeção preliminar de crescimento em torno de 3% da economia brasileira neste ano. O relatório do banco destaca que a projeção está em linha com cenário do Pine “de que nos próximos um a três anos, a taxa de crescimento do PIB será maior do que a média dos últimos 40 anos”.
O Barclays atualizou sua projeção de crescimento para 2,9% ante estimativa anterior de crescimento de 2,7% neste ano.
“Destacamos a força dos componentes da demanda doméstica, com forte crescimento no consumo privado e público, além do investimento, embora parcialmente apoiados por eventos pontuais – incluindo o pagamento de sentenças judiciais conhecidas como precatórios e o desembolso antecipado de vários benefícios sociais, bem como o apoio fiscal fornecido aos afetados por enchentes catastróficas no Sul no fim de abril e início de maio”, disse o economista-chefe para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, em relatório.
A Principal Claritas também subiu para 2,9% a estimativa de crescimento para 2024, ante 2,1% anteriormente.
“Para o segundo trimestre esperávamos alta de 0,6%, o consenso de mercado era de 0,9%, e veio 1,4%. Isso inegavelmente leva a revisões para o ano”, afirma Marcela Rocha, economista-chefe da Principal Claritas. “Esses 2,9% consideram moderação da atividade ao longo do segundo semestre, depois de crescer 1% no primeiro trimestre e 1,4% agora. Para o terceiro trimestre, esperamos crescimento de 0,5%. Para o quarto, de 0,3%”, disse.
A MB Associados passou a prever crescimento de 2,8% neste ano, ante 2,4% estimados antes.
Sérgio Vale, economista chefe da MB Associados, contudo, argumenta que o crescimento acelerado pressionará o Banco Central a rever a taxa de juros.
“Com a bandeira vermelha afetando a conta de energia, o IPCA já chega a 4,5% neste ano, considerando que a bandeira permaneça nesse patamar até o fim do ano. Se adicionarmos a pressão de demanda que vem acelerando, o BC não terá alternativa a não ser subir os juros em setembro. A chance maior era de 0,25 ponto percentual, mas a possibilidade de alta de 0,5 ponto percentual aumentou”, disse.
Apesar do otimismo menor do que o de consultorias e instituições financeiras, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) também revisou sua projeção de crescimento do PIB neste ano de 2,3% para 2,7%.
A mudança, afirma Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro do FGV Ibre, é atribuída ao desempenho acima do previsto de atividades de construção e de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos.
A G5 Partners também recalibrou a projeção para o PIB neste ano para 2,7%, ante estimativa anterior de 2,5%. Em relatório, o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, afirmou, no entanto, que a nova previsão tem “possível viés de alta, caso a atividade não apresente acomodação no segundo semestre”.
A BRCG, por sua vez, revisou a estimativa de crescimento em 2024 de 2,3% para 2,6%.
Fonte: Valor Econômico

