, Valor — Rio
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (21) a Operação Saúde Eleitoral. A ação visa investigar suposta captação e reserva irregular de vagas nos sistemas informatizados do Sistema Único de Saúde (SUS), em especial no Sistema Nacional de Regulação (SISREG).
Em comunicado, a PF detalhou que a ação ocorre em Brasília e na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Investigações iniciais apontam que centenas de agendamentos para consultas médicas, no âmbito do SUS, foram realizados por indivíduos que captavam as vagas para pessoas de seu interesse, em troca de apoio político e votos nas eleições de 2024, segundo a PF.
Policiais federais cumprem nove mandados de busca e apreensão em endereços localizados nas cidades de Brasília e Queimados, município da Baixada Fluminense.
A Justiça também determinou o sequestro e bloqueio de bens, valores e ativos incompatíveis com a renda dos investigados, além do afastamento da função pública de alguns envolvidos com o esquema criminoso, informou ainda a PF.
No comunicado, a PF disse que a investigação sobre o tema iniciou por meio de notícia-crime encaminhada pela Câmara Municipal de Queimados.
Nessa notícia-crime, foi informado à polícia relatos de que centenas de agendamentos para consultas, em diversas especialidades médicas, estariam sendo efetivados por meio do SISREG. Esses agendamentos, de acordo com a notícia-crime, eram feitos por indivíduos que visavam captar vagas destinadas a munícipes e retê-las em seu poder para, posteriormente, alocar pessoas de seu interesse em troca de ganhos eleitorais como apoio político e votos nas eleições de 2024.
A PF lembrou que o SISREG tem como objetivo organizar e controlar o fluxo de acesso aos serviços públicos de saúde e que o agendamento dos procedimentos é feito com base na posição na fila e na disponibilidade de vagas.
Caso seja comprovada culpa, os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, inserção de dados falsos em sistema de informação e corrupção eleitoral, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de reclusão, informou a Polícia.
O nome da operação faz alusão ao objeto da investigação – que é fraude no sistema SISREG, com motivação eleitoral, por meio da busca de apoio político e votos nas eleições de 2024.
Fonte: Valor Econômico