Os eleitores dos EUA estão abandonando parte do seu pessimismo em relação à economia, mas essa melhora de percepção tem ajudado pouco a ampliar as intenções de voto no presidente Joe Biden, que deve disputar a reeleição em novembro.
Pesquisas divulgadas nos EUA no fim de semana ressaltam as dificuldades de Biden diante de seu provável adversário republicano, o ex-presidente Donald Trump. A sondagem “The New York Times”/Siena College mostra que, em termos nacionais, Trump tem 48% das preferências, enquanto Biden tem 43%. Eles estavam empatados em agosto do ano passado.
Já o diário “The Wall Street Journal”, mostrou ontem que cerca de 31% dos eleitores entrevistados para sua pesquisa disseram que a economia melhorou nos últimos dois anos, durante a maior parte do mandato de Biden, um aumento de 10 pontos percentuais em relação a uma pesquisa de dezembro, mas isso pouco mudou a visão que os eleitores têm de Biden no geral.
A recente onda de aumento dos preços ao consumidor ainda pesa fortemente sobre o público. Mais de dois terços dos eleitores dizem que a inflação está a caminhar na direção errada, apesar de os dados mostrarem amplamente que ela se moderou. Quase três quartos afirmam que os aumentos de preços estão a ultrapassar os ganhos no rendimento familiar. Apenas um quarto observa melhora na capacidade da classe média de progredir financeiramente.
A pesquisa do “WSJ” levanta dúvidas sobre se uma economia em recuperação aumentará as perspectivas de reeleição de Biden. “A resposta até agora parece ser que isso ajuda Biden um pouco, mas também que mais eleitores estão voltando sua atenção para temas como, por exemplo, a imigração, uma questão perigosa para o presidente”, analisa o jornal.
No sábado, Trump voltou a vencer com folga sua adversária Nikki Haley nas primárias de Missouri e Idaho. O ex-presidente deve consolidar sua nomeação como candidato do partido na chamada “Superterça” de amanhã – quando 15 Estados e o território de Samoa Americana realizam prévias simultâneas dos partidos republicano e democrata.
Biden não tem adversários com chances de ameaçar sua indicação como candidato democrata. Mas a pesquisa do “NYT” publicada no fim de semana indicou mais uma fonte de preocupação para seus assessores eleitorais: embora seja apenas quatro anos mais velho do que Trump, 47% dos eleitores consideram o democrata “idoso demais para ser um presidente eficaz”. No caso de Trump, 21% dos eleitores dizem que ele é muito velho para exercer o cargo. Biden tem 81 anos e Trump, 77.
Fonte: Valor Econômico

