“É um exercício de paciência, porque, quando o ajuste vier, no momento da faísca, a porta de saída fica menor. Todos vão querer vender.” Assim Vivian Lee, codiretora de investimentos e gestora da estratégia de crédito da Ibiuna Investimentos, define o momento da gestora, que tem à frente Mário Torós e Rodrigo Azevedo, dois ex-diretores do Banco Central.
A executiva afirma que a forte redução nos prêmios de risco, puxada pelo grande fluxo de investidores para fundos de crédito, levará a um ajuste no mercado, que é cíclico. Por enquanto, diz que não enxerga qual será o gatilho e quando acontecerá.
Enquanto isso, a estratégia é uma carteira “mais leve em risco”, com prazos e taxas menores, o que levou a Ibiuna também a aumentar a participação das negociações no mercado secundário na carteira. “As emissões primárias têm vindo com prazo mais longo. Com vencimentos curtos consigo ter visibilidade de saída.”
Lee afirma que a gestora “não pisou no acelerador com fundos de direitos creditórios (FIDCs), que têm menor liquidez e em alguns casos podem ser mais arriscados, como muitas gestoras. “Estamos pontualmente em algumas teses.” Seu fundo mais conservador, o Ibiuna Credit, rende no ano até 7 de outubro 9,80%, o que corresponde a 119% do CDI. Já o Total Credit, alavancado, tem retorno de 10,21% no período (125% do CDI).
Com mais de R$ 20 bilhões sob gestão, a Ibiuna está estreando em fundos de infraestrutura, com o Ibiuna Credit Debêntures Infra, que investe em títulos de dívida de companhias locais e no exterior. A gestão será dividida com Eduardo Alhadeff, codiretor de investimentos de crédito. O fundo está no mercado há cinco meses e soma R$ 156 milhões de patrimônio líquido de grandes bancos (private) e de capital proprietário, com objetivo de retorno de CDI mais 1% ao ano, isento de Imposto de Renda.
A executiva explica que a ideia é buscar projetos médios, com maior risco e spread acima de 1,5 ponto percentual. “Vamos driblar esse ambiente difícil de emissões primárias, buscando projetos com ganho adicional de capital ou que tenham gordura boa nos prêmios.”
Ainda em infraestrutura, Lee conta que a Ibiuna pretende lançar um fundo listado na B3, ainda sem previsão de data. Nos fundos de crédito, que inclui um de previdência (Credit Prev) a gestora soma R$ 2,4 bilhões e, na carteira de seu multimercado, mais R$ 1 bilhão.
Fonte: Valor Econômico

