Preço do remédio chega a variar até R$ 27 em farmácias de São Paulo

O mesmo remédio pode custar até R$ 27,61 a mais em farmácias da cidade de São Paulo, segundo pesquisa do Procon-SP feita em sites de drogarias. No total, foram considerados 48 medicamentos, com os valores da versão de referência (de marca) e o genérico.

O levantamento com todos os preços e os nomes das drogarias pesquisadas pode ser consultado no site do Procon-SP.

Nos remédios de marca, a maior diferença em reais, de R$ 27,61, foi identificada no Amoxil, antibiótico da fabricante Glaxosmithkline conhecido popularmente como amoxicilina. Já na comparação entre os genéricos, a maior diferença em reais, de R$ 19,19, estava na atorvastatina cálcica, usada no controle de colesterol.

O Amoxil apresentou uma variação percentual de 87,18%: segundo a pesquisa do Procon, o consumidor encontra o produto numa faixa de preços de R$ 59,28 a R$ 31,67.

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Depois do Ozempic, vem aí a retatrutida: em estudo, participantes perderam até 24% do peso

“Esses medicamentos estão mudando o paradigma em termos de percentual de peso eliminado”, afirma o endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, que acompanhou a apresentação dos dados. Ele se refere ao time formado ainda por semaglutida (ou Ozempic) e a tirzepatida.

Mas a retatrutida dá um passo além. De acordo com o médico, o diferencial da nova molécula é que ela age em três hormônios diferentes: GLP-1, GIP e glucagon. Na prática, significa que aumenta a saciedade, diminui a fome e ainda turbina o gasto metabólico basal – ou seja, ajuda na queima de calorias. Daí porque os resultados na perda de peso se mostram mais expressivos em comparação aos demais remédios que atuam contra a obesidade.

Outro desfecho importante visto nesse grupo foi uma melhora na esteatose hepática, a popular gordura no fígado, que pode ser pano de fundo para diversas complicações na saúde, como cirrose e até câncer. Em alguns casos, a redução nesses índices chegou a 82%.

Mas o especialista faz questão de ressaltar que, “embora os resultados sejam extraordinários, estamos falando de estudos de fase 2″. Isto é, a quantidade de participantes é considerada pequena. “Só na fase 3 teremos dados mais confiáveis sobre a segurança. De qualquer forma, podemos dizer que a retatrutida passou pelas primeiras barreiras nesse aspecto”, comenta. Até o momento, o efeito colateral mais importante foi a náusea – nada muito diferente daquilo registrado com o uso da semaglutida.

Cabe destacar que as pesquisas de fase 3 já estão em andamento.

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Pesquisa farmacêutica recebeu US$ 138 bi em 2022

Apenas no último ano, as 15 principais indústrias do setor investiram US$ 138 bilhões em pesquisa. Quem aponta esses números é a IQVIA, por meio do estudo Tendências globais em Pesquisa & Desenvolvimento 2023: Atividade, Produtividade e Habilitadores.

Em comparação com 2021, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento apresentaram um avanço de 1,7%. Mas, se comparado com períodos pré-pandêmicos, como 2017, o salto é ainda mais considerável – 43%.
Não é só no Exterior que o movimento em prol da pesquisa farmacêutica se fortalece. Em maio, a Blau anunciou um investimento de R$ 31 milhões no setor.

O aporte é mais que o dobro do valor destinado a essa área em 2022 e equivale a 12% da receita líquida de R$ 258 milhões alcançada no período. No primeiro trimestre, a fabricante submeteu quatro novos medicamentos para aprovação da Anvisa e seis em outros países da América Latina.

“Nossa expectativa é lançar 13 produtos, sendo dez oncológicos e três de especialidades que somam um mercado endereçável de R$ 926 milhões. Até abril, nós já disponibilizamos sete dos 13 remédios que serão lançados ao longo do ano”, comenta o CEO Marcelo Hahn.

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