O número de teleconsultas saltou de 200 mil em 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, para 3,1 milhões em 2025. Em todo este período, foram realizados quase 8 milhões de atendimentos médicos remotos por empresas privadas, sendo que algumas delas prestam serviço para o SUS.
Os dados são de um levantamento realizado pela primeira vez pela Serasa Experian e a Saúde Digital Brasil (SDB), entidade que representa o setor de telemedicina no país.
O estudo, batizado de Painel de Indicadores da Saúde Digital, mostra ainda que o Distrito Federal é a região do país que mais realiza telemedicina. Considerando a população de cada praça, as cinco regiões com maior procura, entre 2020 e 2025, levando em conta as consultas para cada 100 mil habitantes, são: Distrito Federal (9,8 mil), São Paulo (5,2 mil), Santa Catarina (4,6 mil), Rio de Janeiro (4,6 mil) e Rio Grande do Norte (3,5 mil).
Já as especialidades médicas mais procuradas são: clínico geral, clínica médica (médico especializado em diagnósticos e medicações mais completas), psiquiatria, medicina da família, ginecologia, pediatria, dermatologia, neurologia e ortopedia.
Das teleconsultas realizadas, 72% das demandas foram solucionadas em ambiente digital, 36% demandaram pedidos de exames aos pacientes, 26% emitiram atestados, 15% prescrevem medicações controladas e 6% terminaram com encaminhamento para outra especialidade ou médico presencial.
Segundo Carlos Pedrotti, presidente da Saúde Digital Brasil, o estudo com dados claros e seguros do mercado de telemedicina vai municiar iniciativas públicas e privadas com “informações que podem dar embasamento para priorização de investimento, desenvolvimento e governança de projetos voltados à saúde, um setor que cresceu exponencialmente nos últimos cinco anos e para o qual informação de qualidade e tecnologia são fundamentais para sustentar esse crescimento”.
Valdemir Bertolo, CEO da Serasa Experian, destaca que a digitalização da saúde se tornou um pilar fundamental para garantir acesso e eficiência ― especialmente em situações que necessitam do acesso rápido ― e amplia a oferta de atendimento médico em regiões distantes. “Trabalhamos no desenvolvimento desse painel a fim de embasar análises do setor de saúde que podem indicar tendências de comportamento e usabilidade.”
Fonte: Valor Econômico