O Nubank ultrapassou o valor de mercado do Itaú no pregão desta terça (28) e tomou o posto de banco mais valioso da América Latina. Na última sexta, o banco digital ameaçou, mas não conseguiu superar o rival. Foi preciso a ação valorizar 3,84% no pregão de hoje na bolsa de Nova York (Nyse), encerrando a sessão regular cotado a US$ 12,18, e o Itaú recuar 0,54% para a virada se concretizar.
O Nubank encerrou o dia com um valor de mercado de R$ 297 bilhões, conforme levantamento de Einar Rivero, da Elos Ayta Consultoria, contra os R$ 288,5 bilhões do Itaú. A movimentação torna o banco digital a segunda maior empresa do Brasil em termos de capitalização, atrás apenas da Petrobras.
Não é a primeira vez que o Nubank ultrapassa o Itaú em valor de mercado, no entanto. Entre janeiro e fevereiro de 2022, os dois bancos se revezaram no posto de mais valioso da América Latina, numa gangorra que durou mais de mês.
Em valores nominais, o Nubank superou o Itaú em termos de capitalização. Mas há um detalhe relevante para ser notado: por ser negociado em dólar, o Nubank tende a ter vantagem contra os bancos negociados na bolsa brasileira, caso do Itaú, cujas ações são negociadas em reais.
É importante considerar também o que o chamado “valor de mercado” realmente significa e o quanto ele importa para uma empresa. Na prática, o referencial é uma forma de medir em quanto investidores da bolsa avaliam uma companhia. Só que não é o parâmetro mais fiel tampouco o único usado para acompanhar o valor real de uma empresa, pois desconsidera seu balanço de ativos, caixa e passivos.
O valor de mercado da empresa reflete apenas quanto ela se capitalizou na bolsa, quer dizer, o fluxo de dinheiro que está investido nela via ações. Portanto, existe um “prêmio” nesse valor de mercado, representando um bônus que investidores dão a essa empresa pelo potencial que enxergam nela, sem que necessariamente corresponda ao valor dos ativos que acumula no presente.
Da perspectiva de preço da ação sobre o valor patrimonial do banco, por exemplo, o Nubank está sendo negociado a um múltiplo de cerca de 8,7 vezes, enquanto o Itaú está sendo negociado a em torno de 1,7 vez o seu valor patrimonial.
Como esse cenário é bastante móvel, é bastante provável que os dois grandes bancos voltem a se revezar no posto pelos próximos períodos.
Se consideradas as condições macro de mercado, por exemplo, que interferem não só no apetite por risco nas bolsas como no movimento do dólar – o que afeta o valor de mercado do Nubank nessa conversão -, o banco digital tende a estar em vantagem. Mas, se a maré virar em favor do risco (o que favorece as bolsas, até mesmo as de mercados emergentes como o Brasil), o atualmente comprimido valor de mercado do Itaú tem bastante espaço para disparar e retomar o posto de mais valioso na bolsa.
Fonte: Valor Econômico

