Presidente do sindicato dinamarquês HK Privat disse estar surpreso com o fato de a companhia ter descontinuado sua política de trabalho remoto
A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic e do Wegovy, disse nesta quinta-feira (11) que ordenou que toda a sua equipe retorne ao escritório, enquanto o novo diretor-presidente da farmacêutica tenta acelerar a tomada de decisões e melhorar sua execução comercial em meio à intensa concorrência no mercado de medicamentos para obesidade.
Na quarta-feira, a companhia disse que cortaria 9 mil empregos depois que o crescimento das vendas estagnou e as ações despencaram, eliminando US$ 450 bilhões do valor de mercado da empresa desde meados de 2025, enquanto enfrenta a concorrência da rival americana Eli Lilly e de uma onda de medicamentos manipulados.
“Isso é projetado para promover um senso de pertencimento mais forte, fortalecer os relacionamentos, melhorar a colaboração e acelerar os processos de tomada de decisão”, disse a empresa em um comunicado.
A empresa se recusou a comentar qual era sua política anterior de trabalho remoto. Segundo a agência de notícias dinamarquesa Ritzau, não havia diretrizes gerais sobre o trabalho remoto antes, e as regras variavam de um país e departamento para outro.
O presidente do sindicato dinamarquês HK Privat, que organiza os funcionários administrativos e técnicos de laboratório da Novo Nordisk, disse estar surpreso com o fato de a Novo ter descontinuado sua política de trabalho remoto.
“Trabalho remoto e uma cultura de escritório vibrante não são necessariamente mutuamente exclusivos”, disse Kim Jung Olsen em um comunicado.
“É lamentável para os muitos funcionários que gostavam de poder trabalhar de casa de vez em quando que a gestão não tenha conseguido fazer isso funcionar na Novo Nordisk.”
A determinação da Novo Nordisk ocorre depois que outras empresas abandonaram as políticas de trabalho remoto.
Em janeiro, o J.P.Morgan Chase pediu aos funcionários que retornassem ao escritório cinco dias por semana a partir de março, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou o retorno dos funcionários federais ao escritório.
A Amazon e outras empresas já haviam pedido à equipe que retornasse ao escritório no final do ano passado.
A Novo Nordisk disse que ainda será possível para os funcionários fazerem acordos individuais com seus gestores, deixando algum espaço para flexibilidade para garantir que tanto as necessidades pessoais quanto as de negócios sejam atendidas.
Fonte: Valor Econômico