A Novo Nordisk disse nesta quarta-feira (6) que as vendas no segundo trimestre de seu medicamento de grande sucesso para perda de peso, o Wegovy, dispararam 67% em relação ao ano anterior, apesar de uma onda de pacientes nos Estados Unidos utilizando versões genéricas sem marca do medicamento.
A farmacêutica dinamarquesa cortou drasticamente suas metas para o ano inteiro na semana passada, alertando que versões alternativas de seus medicamentos para obesidade e diabetes nos EUA estavam freando as vendas de seus tratamentos de marca. O preço de suas ações despencou com a notícia.
Farmácias de manipulação nos EUA têm produzido versões genéricas de baixo custo dos medicamentos Ozempic e Wegovy da Novo Nordisk, uma prática que a Food & Drug Administration (FDA) permite enquanto o fornecimento dos tratamentos autênticos está escasso.
A semaglutida, comercializada como Wegovy para perda de peso e Ozempic para diabetes, esteve em falta enquanto a empresa corria para aumentar a produção e atender à crescente demanda. Mas o medicamento saiu da lista de produtos em falta no início deste ano, e a FDA havia informado a todos que distribuíam cópias das injeções que deveriam parar até o final de maio.
A Novo Nordisk disse que as versões genéricas ainda estão sendo produzidas em grandes quantidades e estima que cerca de 1 milhão de americanos ainda estão usando as versões manipuladas.
As vendas do Wegovy no segundo trimestre subiram para 19,5 bilhões de coroas dinamarquesas, ante 11,66 bilhões de coroas no mesmo trimestre do ano passado. As vendas do Ozempic aumentaram para 31,8 bilhões de coroas, ante 28,88 bilhões de coroas.
O relatório marca os últimos resultados apresentados pelo diretor-presidente que está de saída, Lars Fruergaard Jorgensen, que será substituído nesta quinta-feira (7) pelo atual chefe de operações internacionais da empresa, Maziar Mike Doustdar.
Jorgensen disse hoje que a empresa está tomando medidas para aprimorar ainda mais sua execução comercial e garantir eficiências na base de custos, enquanto continua a investir no crescimento futuro.
“Com mais de 1 bilhão de pessoas vivendo com obesidade no mundo, incluindo mais de 100 milhões nos EUA, e apenas alguns milhões em tratamento, estou confiante de que, sob a liderança de Mike Doustdar, a Novo Nordisk maximizará as significativas oportunidades de crescimento, apoiada por um forte portfólio de produtos e um pipeline futuro”, afirmou.
A empresa pré-divulgou os números do segundo trimestre na semana passada, anunciando um crescimento do lucro operacional de 40%, já que o crescimento dos lucros foi favorecido por uma baixa contábil de 5,7 bilhões de coroas relacionada a um ensaio clínico malsucedido, que foi registrada no trimestre comparável do ano passado.
O lucro líquido no segundo trimestre aumentou 32%, para 26,5 bilhões de coroas (US$ 4,11 bilhões), enquanto as vendas subiram 13%, para 76,8 bilhões de coroas (US$ 11,9 bilhões). As vendas do segundo trimestre cresceram 18% sem efeitos cambiais.
Após a redução das metas na semana passada, a empresa agora prevê um crescimento de vendas de 8% a 14%, abaixo da previsão anterior de 13% a 21%. O crescimento do lucro operacional é esperado entre 10% e 16%, abaixo dos 16% a 24% anteriores.
A empresa disse nesta quarta-feira que a projeção assume que não haverá mudanças significativas nas condições de negócios durante 2025, como tarifas e impostos ou potenciais implicações de grandes reformas no sistema de saúde e mudanças legislativas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que anunciará tarifas sobre produtos farmacêuticos na próxima semana, afirmando que as tarifas sobre importações farmacêuticas serão implementadas gradualmente ao longo de um ano ou mais, como proposto inicialmente no mês passado, e que poderiam chegar a uma taxa de 250%. A Novo Nordisk possui uma rede de produção global, com instalações na Dinamarca, EUA, França, Brasil e China.
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Fonte: Valor Econômico