Empresa espera a aprovação de oito países africanos e planeja lançar o tratamento “em grande parte sem fins lucrativos”, afirmou
A Novartis AG obteve aprovação regulatória para o primeiro medicamento desenvolvido para bebês com malária, o mais recente avanço na luta global contra a doença transmitida por mosquitos.
A farmacêutica suíça anunciou, nesta terça-feira (8), que a agência Swissmedic aprovou uma nova formulação do seu medicamento Coartem para tratar bebês com peso entre 2 e 5 quilos. A empresa espera a aprovação de oito países africanos e planeja lançar o tratamento “em grande parte sem fins lucrativos”, afirmou.
Até agora, bebês com malária eram normalmente tratados com comprimidos destinados a crianças mais velhas, ajustados ao peso, informou a empresa. O medicamento, também conhecido como Riamet Baby em alguns países, foi desenvolvido com apoio científico e financeiro da Medicines for Malaria Venture, uma organização sem fins lucrativos suíça focada em medicamentos antimaláricos.
Em 2023, houve 263 milhões de casos de malária no mundo e 597.000 mortes, a maioria em países africanos, com crianças menores de 5 anos representando três em cada quatro mortes, de acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Novartis está desenvolvendo outros tratamentos antimaláricos, incluindo um composto para combater a resistência a medicamentos, atualmente em estágio avançado de testes, e outro que é uma potencial cura em dose única. As ações da empresa caíram 0,5% às 13h em Zurique (hora local).
A aprovação oferece um sinal positivo após cortes profundos na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) no início deste ano terem levantado preocupações sobre o combate à malária. Um estudo publicado no início deste mês alertou que os cortes da USAID poderiam resultar em mais de 14 milhões de mortes até 2030 por diferentes causas, incluindo malária e HIV/AIDS.
Enquanto isso, os países da África Oriental estão aumentando os gastos com saúde para ajudar a preencher a lacuna deixada pela retirada da agência, com a maior economia da região, o Quênia, planejando alocar cerca de US$ 130 milhões para uma parceria internacional que combate o HIV/AIDS, a malária e a tuberculose.
Fonte: Valor Econômico