A Novartis disse que expectativas mais altas para medicamentos e negociações recentes que renovaram seu portfólio de remédios devem manter as vendas crescendo até a década de 2030, enquanto a farmacêutica avança com sua expansão nos Estados Unidos.
A farmacêutica suíça enfrenta as preocupações dos investidores sobre a expiração de patentes de alguns de seus produtos mais populares, ao mesmo tempo que continua as negociações sobre preços de medicamentos com a Casa Branca e avança com um plano de US$ 23 bilhões para reforçar sua presença nos EUA.
“Estamos muito confiantes na perspectiva para os EUA”, disse o diretor-presidente da Novartis, Vas Narasimhan, durante uma conferência com repórteres.
A empresa visa produzir localmente todos os principais medicamentos que vende nos EUA. Ela escolheu a Carolina do Norte como local de um novo polo de fabricação, adicionando instalações para expandir sua presença existente como parte de uma promessa anunciada anteriormente de investir bilhões de dólares em sua infraestrutura nos EUA nos próximos cinco anos.
Alguns dos pares da Novartis, incluindo Pfizer e Novo Nordisk, fecharam recentemente acordos com o governo Trump para baixar o preço de alguns de seus medicamentos em troca de um alívio de potenciais novas tarifas.
As conversas da Novartis com o governo dos EUA estão progredindo bem e a empresa está confiante de que pode gerenciar a situação tarifária, disse Narasimhan. Ele indicou que a empresa espera absorver o resultado dessas discussões com a Casa Branca em suas projeções financeiras.
A farmacêutica atualizou sua meta de vendas de médio prazo para o período de 2025 a 2030, projetando que sua receita crescerá a um ritmo anual de 5% a 6%, excluindo variações cambiais. No mês passado, após seu acordo de US$ 12 bilhões para comprar a Avidity Biosciences, a empresa elevou sua projeção de crescimento anual de vendas para o período de 2024 a 2029 de 5% para 6%.
Medicamentos que a Novartis já tem em mãos, bem como futuros lançamentos com potencial multibilionário, impulsionarão o crescimento nos próximos anos, disse Narasimhan. A empresa agora possui oito medicamentos no mercado com potencial para gerar picos de vendas de US$ 3 bilhões a US$ 10 bilhões por ano, e espera comercializar a médio prazo mais oito que podem trazer vendas multibilionárias cada um.
A Novartis aumentou sua projeção de pico de vendas para dois de seus maiores medicamentos, Kisqali para câncer de mama e Scemblix para leucemia. Ela agora prevê que as vendas do Kisqali superem US$ 10 bilhões em seu pico, acima dos US$ 8 bilhões anteriores, enquanto a estimativa de pico de vendas do Scemblix foi elevada de US$ 3 bilhões para US$ 4 bilhões.
Dois dos lançamentos planejados que a Novartis vê como mais promissores, medicamentos experimentais para doenças neuromusculares, vêm de seu recente acordo com a Avidity, a maior aquisição da empresa nos últimos anos. A Novartis espera que o acordo pese sobre a rentabilidade nos próximos anos, mas projeta um retorno às margens de lucro operacional principais acima de 40% até 2029. Nos primeiros nove meses do ano, sua margem foi de 41,2%.
O acordo da Avidity somou-se a uma série de aquisições menores e acordos de licenciamento que permitiram à Novartis preencher seu pipeline de medicamentos. A empresa disse que os medicamentos que licenciou ou comprou nos últimos dois anos a posicionam bem para impulsionar o crescimento da receita além de 2030.
“Nos últimos dois anos, executamos mais de 30 acordos estratégicos, reforçando nosso pipeline e fortalecendo a perspectiva do negócio para meados da década de 2030 e além”, disse Narasimhan.
Embora a nova meta de vendas da Novartis esteja à frente das atuais expectativas de consenso, os investidores provavelmente permanecerão cautelosos quanto às suas perspectivas para a próxima década, dado o grande número de expirações de patentes neste período e o fato de que sua perspectiva depende de o pipeline se desenrolar conforme o esperado, escreveram analistas do J.P. Morgan.
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Fonte: Valor Econômico