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Após um extenso rali em papéis ligados a empresas de tecnologia nos Estados Unidos nos últimos meses, resultados trimestrais de gigantes americanas foram mal recebidos pelo mercado ontem e impuseram uma sessão de perdas expressivas aos índices acionários em Wall Street. O Nasdaq e o S&P 500, por exemplo, sofreram suas maiores quedas diárias desde o fim de 2022, com investidores se perguntando se a euforia com o tema da inteligência artificial (IA) não pode ter ido longe demais.
O índice Dow Jones fechou em queda de 1,25%, aos 39.853,87 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 2,31%, cotado a 5.427,13 pontos, registrando seu pior desempenho desde dezembro de 2022. Já o índice eletrônico Nasdaq despencou, ao fechar em queda de 3,64%, a 17.342,41 pontos, anotando seu maior tombo desde outubro de 2022.
Nesse contexto, o índice de volatilidade VIX, conhecido como o termômetro do medo em Wall Street, disparou, ao subir 22,55% e encerrou o pregão de ontem cotado aos 18,04 pontos.
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Na noite de terça-feira, a fabricante de veículos elétricos Tesla registrou sua segunda queda consecutiva no lucro trimestral e não atingiu as estimativas dos analistas em seu balanço. Já os papéis da Alphabet, controladora do Google, superaram as expectativas dos analistas, mas geraram preocupações sobre os gastos pesados com inteligência artificial e a desaceleração do crescimento das vendas de anúncios.
“Os balanços da área de tecnologia começaram em um tom desanimador na noite passada [terça-feira]”, diz o Deutsche Bank, em nota enviada a clientes.
Assim, as quedas nas ações, que têm peso expressivo no S&P 500 e no Nasdaq foram pronunciadas. A Tesla fechou o pregão em baixa de 12,33%, enquanto a Alphabet caiu 5,04%. A onda negativa acabou arrastando outras gigantes do setor. A Nvidia recuou 6,80%; a Meta Platforms, controladora do Facebook, despencou, ao cair 5,61%; e a Amazon recuou 2,99%.
Nesse contexto, o grupo de ações conhecido como “as sete magníficas” – composto por Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla – perdeu US$ 768 bilhões em valor de mercado somente na sessão de ontem, a maior queda já registrada desde que a Meta se tornou pública como Facebook em 2012, segundo dados da Dow Jones Market Data.
“Não basta atender às estimativas. É preciso superar as estimativas”, afirmou David Lundgren, gerente de portfólio da Little Harbor Advisors, em entrevista à Dow Jones Newswires.
Em relatório enviado a clientes, a Guide Investimentos também nota que as ações da ASML caíram 3,40% na Bolsa de Amsterdã, “em meio aos resultados ruins das gigantes de tecnologia dos EUA, Tesla e Alphabet, aumentando as preocupações de que a alta das ações de inteligência artificial neste ano tenha ido além do justificado”.
Outras ações ligadas à cadeia de suprimentos de inteligência artificial, como as produtoras de semicondutores, também acabaram fechando o dia em queda firme. A Super Micro Computer caiu 9,1%, enquanto a Broadcom recuou 7,6%. A Qualcomm e a Advanced Micro Devices caíram mais de 6% cada uma.
Os rendimentos dos Treasuries, por sua vez, também subiram e acabaram contribuindo para a pressão observada em ações ligadas à tecnologia. A taxa da T-note de dois anos passou de 4,500% para 4,443%, enquanto o retorno do papel de dez anos oscilou de 4,255% para 4,293%.
A pressão de baixa nos juros de curto prazo veio na esteira da decisão do Banco do Canadá (BoC) de reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 4,5%. O presidente do banco central canadense, Tiff Macklem, porém, apontou que a divergência em relação ao Federal Reserve (Fed, banco central americano) não deve ser um problema.
Fonte: Valor Econômico

