Medicamento foi liberado para uso no Brasil no tratamento de diabetes tipo 2, com eficácia superior ao Ozempic
Por Juliana Steil, Valor — São Paulo
27/09/2023 16h03 Atualizado há um dia
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O medicamento Mounjaro (tirzepatida), da farmacêutica Eli Lilly, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar diabetes tipo 2 no Brasil. Porém, o uso off-label com foco no emagrecimento é bastante popular assim como com seu semelhante já comercializado no país, o Ozempic (semaglutida).
O Mounjaro estará disponível nas concentrações de 5 mg/mL, 10 mg/mL, 20 mg/mL, 25 mg/mL e 30 mg/mL. Apesar de ter sido aprovado pela Anvisa nesta semana, ainda deve levar alguns meses para que o remédio chegue às farmácias.
Mounjaro demonstrou, em estudos clínicos, ser a medicação com maior potência glicêmica já aprovada até hoje.
A substância tirzepatida retarda o esvaziamento do estômago, o que faz com que a pessoa se sinta saciada por mais tempo. Além disso, a substância inibe os sinais de fome emitidos pelo cérebro, o que suprime o apetite.
Em contrapartida, de acordo com a bula do remédio, os efeitos colaterais incluem:
Reações muito comuns (acontecem em mais de 10% dos pacientes):
- náusea;
- diarreia;
- hipoglicemia quando usado em combinação com insulina basal ou com sulfonilureia.
Reações comuns (entre 1% e 10%):
- dor abdominal;
- vômito;
- indigestão;
- arrotos constantes;
- flatulência;
- refluxo;
- fadiga;
- redução do apetite;
- doença aguda da vesícula biliar.
Reação incomum (entre 0,1% e 1%)
- hipoglicemia, quando usado em combinação com metformina
Além disso, o uso também não é recomendado a pacientes que já tiveram pancreatite ou pacientes com diabetes tipo 1.
Mounjaro causa câncer?
Ao longo dos estudos clínicos com ratos, o Mounjaro causou tumores na tiroide de algumas das cobaias. Porém, ainda não se sabe se o medicamento tem potencial para causar câncer em humanos.
A endocrinologista Maria Fernanda Barca, que também é membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), explica que o medicamento, portanto, não deve ser prescrito para pacientes que tenham histórico de carcinoma medular da tireoide na família, pois a predisposição genética deste tipo de câncer é um risco ao fazer uso do Mounjaro.
A especialista indica que exames clínicos com a coleta de calcitonina, hormônio produzido pelas células da tireoide, podem apontar ou descartar a predisposição para a doença antes do início da administração do medicamento.
Fonte: Valor Econômico