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O Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, está investindo R$ 610 milhões em expansão no biênio 2024-2025 e planeja outros R$ 350 milhões para a construção de uma torre destinada à educação e pesquisa, cujas obras devem começar em 2026. Na semana passada, o Ministério da Educação (MEC) deu mais um passo no processo de autorização para o Moinhos abrir seu curso de medicina. Atualmente, entre os hospitais privados, apenas o Einstein tem uma faculdade de medicina.
“Toda a estrutura para o curso de medicina já está montada, foram investidos R$ 25 milhões. Já havíamos passado por avaliação do MEC, com nota máxima, mas o governo na época interrompeu os processos de abertura dessa graduação. Agora, vamos submeter a uma nova avaliação, nossa expectativa é de aprovação”, disse Mohamed Parrini, presidente do Moinhos de Vento, que é um hospital privado sem fins lucrativos.
Em 2018, o governo do então presidente Michel Temer instituiu uma moratória suspendendo a abertura de cursos de medicina por cinco anos, que venceu no ano passado. Os hospitais têm regras distintas em relação aos grupos educacionais para a criação dessa graduação.
Neste ano, o Moinhos está investindo R$ 350 milhões, valor que se soma aos R$ 260 milhões já destinados em 2024 – não houve mudanças com o cenário de aumento de taxas de juros. Entre os projetos contemplados nesse biênio estão um novo prédio de cardiologia e UTI (unidade de terapia intensiva), expansão do laboratório de genética e no número de leitos de internação, construção de um hospital-dia para procedimentos de estética, entre outros.
“Do valor total [de R$ 610 milhões], cerca de R$ 50 milhões são ‘capex’, o restante é expansão”, disse o presidente do Moinhos de Vento, que encerrou o ano passado com receita de R$ 1,5 bilhão. A origem dos recursos para a expansão é um misto de caixa próprio e financiamento.
O Moinhos solicitou ao MEC a abertura de 100 vagas de medicina para um curso com 8,2 mil horas de aulas, ou seja 1 mil a mais do que o exigido pela pasta. O projeto pedagógico do curso foi desenvolvido em conjunto com a John Hopkins Medicine, instituição americana de saúde que tem uma das mais prestigiadas faculdades de medicina.
O hospital gaúcho já tem, há dez anos, uma faculdade com 1,5 mil alunos matriculados em diferentes cursos como biomedicina, enfermagem, gestão de saúde, além de 19 pós-graduações, 21 programas de residência médica “fellowships” (para aqueles que já concluíram a residência) e cursos técnicos. A graduação de medicina será integrada a essa faculdade.
O novo prédio para ensino e pesquisa, cujas obras devem começar em 2026 e serem concluídas em três anos, será erguido na mesma área em que está o complexo hospitalar, localizado na região central de Porto Alegre. “Haverá um espaço próprio dedicado à educação e pesquisas e ao mesmo tempo esse ambiente será integrado ao hospital, aos médicos. Eles vão se retroalimentar”, disse o presidente do Moinhos, fazendo referência ao ciclo em que parte dos alunos formados serão absorvidos pelo hospital e os médicos vão dar aulas na faculdade.
Fonte: Valor Econômico