O acirramento da crise diplomática entre Brasil e Israel ganhou destaque em algumas das principais publicações do mundo, mas nem todos veículos, porém, deram espaço para o debate gerado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparar no domingo (18) as mortes na Faixa de Gaza pela ação de Israel ao Holocausto nazista.
“A discórdia ressalta divisão crescente entre Israel e os países que têm sido relutantes em alinhar-se no apoio à sua ação militar em Gaza, mais notadamente a África do Sul e o Brasil”, destacou reportagem do “New York Times” desta segunda-feira.
A Bloomberg, por sua vez, ressaltou a “crescente disputa diplomática” entre os dois países.
O tema, no entanto, não ganhou a versão digital nem impressa do “Wall Street Journal”, o segundo maior jornal americano em circulação. No site da Fox News, rede de TV que também pertence à família Murdoch e que é vista como pró-Israel, a única reportagem publicada foi da agência de notícias Associated Press relatando as declarações do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, após as falas de Lula.
A mesma reportagem foi publicada na versão digital do “Washington Post”, terceiro maior dos EUA e que pertence ao bilionário Jeff Bezos.
O francês “Le Monde” destacou que a comparação de Lula “gerou polêmica” com Israel. Já o espanhol “El País” chamou a crise de “bomba diplomática” e que a reação militar israelense aos ataques do grupo Hamas, em 7 de outubro do ano passado, “continua provocando faíscas na política internacional”.
O britânico “Telegraph” ressaltou a fala de Netanyahu chamando de “vergonhosa” as declarações de Lula. E a BBC publicou texto falando sobre as críticas israelenses após a fala do presidente brasileiro no domingo.
Na rede Al Jazeera, da monarquia do Qatar, a convocação pelo Brasil do embaixador em Israel também foi destacada em seu site nesta segunda-feira.
Já na imprensa israelense, o “Jerusalem Post” citou o presidente do Museu do Holocausto, Dani Dayan, que disse ser “extremamente decepcionante” que Lula “apelasse à distorção do Holocausto e à propagação de sentimentos antissemitas de maneira tão descarada”.
No “Haarez”, tanto as declarações dos políticos dos dois países como a convocação do embaixador brasileiro foram tema de reportagens.
Fonte: Valor Econômico

