O processo de envelhecimento da população brasileira vai seguir avançando nas próximas décadas até que, em 2070, metade dos habitantes do país terá mais de 51,2 anos. Os dados constam da pesquisa Projeções das Populações: Brasil e Unidades da Federação, Estimativas e Projeções Revisão 2024, divulgada nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento mostra que em 2023 metade da população tinha até 34,8 anos.
Apesar de o processo de envelhecimento projetado pelo IBGE ser comum a todas as unidades da federação, as diferenças regionais podem ser observadas.
Em 2023, a maior idade mediana — ponto exato em que se dividem as duas metades da população — estava no Rio Grande do Sul, com 37,8 anos. A menor, em Roraima, com 26,8 anos. Uma diferença de exatos 11 anos.
Em 2070, a maior mediana será a do Distrito Federal, com 53,3 anos, enquanto a menor estará no Mato Grosso, com 44,8 anos. A diferença, portanto, será menor, de pouco menos de 9 anos.
“Em 2023, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul eram as unidades da federação com a idade mediana mais alta”, diz o gerente de Projeções e Estimativas Populacionais do IBGE, Marcio Mitsuo Minamiguchi. “Em 2070 vai ter algumas mudanças sutis nesse ranqueamento e uma certa convergência, com muitas idades medianas [em diferentes Estados] próximas de 50 anos”, acrescenta, lembrando que apenas Mato Grosso e Roraima estarão com idades medianas distantes dos 50 anos, com 44,8 anos e 46,7 anos, respectivamente.
Minamiguchi explica que os diferenciais de idade mediana atualmente tem “muito a ver” com os momentos distintos de queda da fecundidade em cada Estado. “Embora hoje a maioria dos Estados esteja convergindo para um nível de fecundidade parecido, tem o passado, quando passaram a convergir”, explica.
Outro ponto de mudança entre 2023 e a projeção de 2070 é que no ano passado a idade mediana era maior que a média brasileira em apenas oito das 27 unidades da federação. Em 2070, 14 unidades da federação terão a idade mediana maior que a média nacional.
Fonte: Valor Econômico