A alemã Merck assinou um acordo para utilizar os serviços de pesquisa de medicamentos da Valo Health em uma colaboração focada no Parkinson e doenças relacionadas que é potencialmente avaliada em mais de US$ 3 bilhões para a empresa norte-americana.
O pacto, que se concentra em encontrar moléculas terapêuticas promissoras, ressalta a ambição da Merck de reviver o crescimento em sua divisão farmacêutica após a aquisição de US$ 3,9 bilhões da SpringWorks.
Pagamentos iniciais e pagamentos por metas alcançadas poderiam ultrapassar US$ 3 bilhões, sendo que royalties e financiamento de pesquisa e desenvolvimento viriam além desse valor, disse a Valo em um comunicado.
A Merck está empenhada em fortalecer seu portfólio de desenvolvimento de medicamentos após uma série de reveses de grande repercussão em testes de estágio avançado, incluindo a decisão no ano passado de interromper o desenvolvimento do medicamento Xevinapant para câncer de cabeça e pescoço.
A companhia alemã afirmou que o acordo ajudaria a empresa a progredir mais rapidamente nos candidatos a medicamentos mais promissores.
Os outros negócios do conglomerado incluem produtos químicos para a produção de semicondutores, onde se beneficia de investimentos em inteligência artificial, bem como suprimentos de laboratório para a produção de medicamentos biotecnológicos.
A Valo, fundada nos Estados Unidos em 2019, é uma empresa de biotecnologia que utiliza análise de dados e IA para auxiliar na descoberta e desenvolvimento de medicamentos.
Para seus serviços de pesquisa médica, a Valo diz que utiliza mais de 17 milhões de registros de pacientes e amostras biológicas, mantendo a privacidade dos dados.
Com uma estimativa de 1 milhão de pessoas vivendo com Parkinson apenas nos EUA e tratamentos disponíveis que apenas aliviam os sintomas, a indústria farmacêutica tem se esforçado para desenvolver medicamentos melhores, mas enfrentou muitos contratempos ao longo de décadas.
Para a Merck, o acordo marca um retorno a esse campo terapêutico após o fracasso de um importante estudo em estágio avançado em 2006 e após desfazer uma parceria com a Newron em outro candidato a medicamento para Parkinson em 2011.
A Valo também tem atuado na área, ganhando uma bolsa de pesquisa da Fundação Michael J. Fox em setembro para trabalhar em novas formas de tratar o Parkinson.
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Fonte: Valor Econômico