As ações globais registraram desempenho misto nesta quarta-feira, enquanto o euro manteve estabilidade, em meio à turbulência política na Coreia do Sul, onde a lei marcial foi imposta e suspensa horas depois, e na França, onde um voto de desconfiança ameaça derrubar o governo.
Na Coreia do Sul, a quarta maior economia da Ásia, parlamentares pediram a renúncia do presidente Yoon Suk Yeol ou seu impeachment, após ele decretar lei marcial na noite de terça-feira, revertendo a decisão poucas horas depois. A crise fez com que o índice KOSPI (.KS11) caísse 1,4%, acumulando perdas superiores a 7% no ano, tornando-se o mercado acionário com pior desempenho na Ásia em 2024.
O índice mais amplo da MSCI para ações da Ásia-Pacífico fora do Japão (.MIAPJ0000PUS), que inclui a Samsung Electronics (005930.KS) como um de seus principais componentes, caiu 0,1%. Apesar disso, a maioria dos mercados asiáticos, exceto a Coreia do Sul, registrou alta.
O won sul-coreano, impulsionado por uma possível intervenção do banco central, manteve-se estável, mas próximo à mínima de dois anos frente ao dólar registrada na noite de terça-feira. O Ministério das Finanças da Coreia do Sul anunciou que está preparado para injetar liquidez ilimitada nos mercados financeiros, enquanto o regulador financeiro teria reservado 10 trilhões de won (US$ 7,1 bilhões) para estabilizar o mercado de ações.
“Embora a lei marcial tenha sido suspensa, esse incidente cria mais incertezas no cenário político e econômico”, disse Min Joo Kang, economista sênior do ING.
Na Europa, as ações subiram 0,2% e o euro permaneceu próximo à mínima de dois anos antes do voto de desconfiança na França. Legisladores franceses estão praticamente certos de derrubar a frágil coalizão liderada pelo primeiro-ministro Michel Barnier, aprofundando a crise política na segunda maior economia da zona do euro. O debate no parlamento começou às 15h GMT, e o resultado deve ser conhecido por volta das 19h GMT.
Se confirmado, o governo de Barnier será o primeiro a ser destituído por um voto de desconfiança em mais de 60 anos, enquanto o país enfrenta dificuldades para controlar um enorme déficit orçamentário.
A moeda única, cotada por último a US$ 1,0505, caiu 4% desde o início de novembro, quando os investidores começaram a se preparar para políticas protecionistas pesadas do governo do presidente eleito Donald Trump.
Os analistas do Deutsche Bank escreveram: “A percepção geral é de que o voto será bem-sucedido. Se for, não há um caminho claro sobre o que acontecerá em seguida.” Já os títulos do governo francês com vencimento em 10 anos permaneceram estáveis.
Futuros de Wall Street apontaram para ganhos, com os futuros do S&P 500 subindo 0,3%, atingindo um recorde histórico.
Perspectivas da política dos EUA
Fora da turbulência política, os investidores aguardam pistas sobre a trajetória da política do Federal Reserve no próximo ano, com o aguardado relatório de empregos de novembro previsto para sexta-feira. Dados recentes mostraram que as vagas de emprego nos EUA aumentaram solidamente em outubro, enquanto as demissões caíram no maior ritmo em um ano e meio, sugerindo que o mercado de trabalho está desacelerando, embora outra pesquisa tenha indicado que os empregadores ainda hesitam em contratar.
Os mercados atribuem agora 72% de chance a um corte de 25 pontos-base nas taxas de juros ainda este mês, com expectativas de cortes totais de 80 pontos-base até o final do próximo ano. As atenções voltam-se para o presidente do Fed, Jerome Powell, que fará nesta quarta-feira o que se espera ser sua última declaração pública antes da reunião de política monetária.
Nos mercados de câmbio, o índice do dólar, que mede a moeda americana frente a seis rivais, subiu 0,1%, para 106,5.
Os preços do petróleo registraram alta à medida que os participantes do mercado avaliavam as tensões geopolíticas e a possibilidade de a OPEP+ estender cortes na oferta frente à demanda mais fraca. Os futuros do Brent subiram 0,3%, para US$ 73,90 por barril, enquanto os futuros do WTI avançaram na mesma proporção, para US$ 70,12.
Fonte: Reuters
Traduzido via ChatGPT

