Bancos de investimentos veem espaço para cerca de 40 operações, incluindo ofertas subsequentes “follow-ons” e venda de lotes de participação de companhias na bolsa “block trade”
Por Mônica Scaramuzzo e Rita Azevedo — De São Paulo
12/12/2022 05h00 Atualizado há 11 horas
Após um ano sem oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês), as projeções de bancos de investimentos para 2023 indicam até 40 operações, incluindo ofertas subsequentes (“follow-on”) e vendas de lotes de participação em companhias na bolsa (“block trade”).
A expectativa é de que as ofertas movimentem entre R$ 60 bilhões e R$ 70 bilhões. No entanto, em cenário mais otimista – que dependerá da queda da taxa de juros no Brasil e da melhora do cenário externo -, o mercado de capitais teria potencial para R$ 100 bilhões.
IPOs devem voltar a ganhar fôlego em 2023
“Vemos uma demanda reprimida tanto por parte dos investidores quanto dos emissores”, diz Roderick Greenlees, do Itaú BBA. Para ele, os IPOs devem começar a aparecer a partir do 2º trimestre e ganharão força no 2º semestre. As operações de “follow-on”, por sua vez, podem já ter início em janeiro.
Greenlees projeta IPOs maiores, de R$ 2 bilhões a R$ 4 bilhões, e concentrados em setores da economia real, como varejo, óleo e gás e energia. Ele estima entre 25 e 35 operações de IPOs e “follow-ons”.
Neste ano, as emissões de renda variável somaram cerca de R$ 55 bilhões, sendo 18 ofertas subsequentes. A maior parte veio da privatização da Eletrobras. Após a eleição, o Assaí levantou R$ 2,7 bilhões em seu “follow-on”. O mercado avalia a operação como bom sinal, uma vez que a demanda superou a oferta em quatro vezes.
Na corrida para fazer a estreia na bolsa, a subsidiária da gigante chinesa de energia CTG saiu na frente, ao protocolar um registro na CVM. A dúvida do mercado é se a operação sairá até fevereiro ou se a companhia deverá aguardar melhores condições, segundo fontes.
O Valor apurou que sondaram investidores recentemente para ir à bolsa as empresas de gás e energia Compass e Origem, além de Aegea, BRK Ambiental e Iguá, da área de saneamento, e a farmacêutica brasileira Eurofarma. Aegea e Euroforma dizem avaliar possibilidades. BRK Ambiental, Compass, CTG, Iguá e Origem não comentaram.
Fonte: Valor Econômico