Os procedimentos estéticos devem alcançar público de 50 milhões de consumidores no Brasil, de acordo com estudo do Boston Consulting Group (BCG). O levantamento aponta ainda que o mercado global deve crescer 6% até 2028, movimentando US$ 27 bilhões, com 460 milhões de potenciais consumidores. O Brasil é atualmente o terceiro maior mercado de estética, atrás de Estados Unidos e China.
De acordo com o sócio do BCG para saúde e beleza, Filipe Mesquita, a expansão desse mercado vem atraindo a atenção de investidores em operações de private equity, embora o apetite global para ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) siga fraco.
Até julho de 2023, a BCG aponta que houveram 138 operações globais no setor, mesmo patamar de 2022 e 1% das 135 operações firmadas em 2019, período pré-pandemia. A maior parte dos investimentos foi realizada pela indústria, seguida por private equity e venture capital, enquanto os IPOs e joint ventures foram as transações menos volumosas.
Filipe Mesquita afirma que o crescimento do mercado deve se dar tanto pelo lado da oferta quanto da demanda. O levantamento da BCG aponta que metade dos entrevistados pretende aumentar os gastos com aparência no próximo ano, enquanto 35% devem manter o patamar atual.
“O Brasil tem potencial de crescimento ainda maior que a média global, considerando que é um mercado ainda com baixa penetração e também que há muitos perfis de usuários”, afirma ao Valor.
Um dos segmentos de destaque no país é o de depilação a laser. A diretora-presidente da EspaçolaserCotação de Espaçolaser, Magali Leite, aponta que a companhia tem encontrado espaço para realizar ajustes de preços nos procedimentos, o que vêm contribuindo para o ganho de rentabilidade.
“Estamos desde junho promovendo um aumento do nosso preço-base de tabela, aos poucos, e isso deve continuar. Com isso, conseguimos manter o custo de loja semelhante ao do ano passado e controlar nossas despesas”, afirmou ao Valor em agosto. Magali Leite aponta ainda que a companhia deve continuar crescendo pelo modelo de franquias nos próximos trimestres.
A Espaçolaser registrou lucro de R$ 1,3 milhão no segundo trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 11 milhões no mesmo período de 2023. A companhia divulga resultados do terceiro trimestre em 7 de novembro.
O mercado de estética também é uma das apostas da farmacêutica Cimed, que em janeiro adquiriu a Milimetric Pro, marca profissional de produtos da Coreia do Sul. Após a compra, a Cimed ampliou o portfólio da marca e incluiu dermocosméticos. A companhia trabalha ainda com a divisão de medicamentos genéricos e o portfólio de beleza e higiene pessoal.
De acordo com Filipe Mesquita, do BCG, o mercado de estética nos últimos anos se consolidou em um modelo de negócios B2B. A tendência, agora, é de que as empresas se voltem cada vez mais ao consumidor final, a exemplo do que a Cimed fez ao apostar nos dermocosméticos.
“Historicamente as empresas sempre olharam para as clínicas, e temos visto cada vez mais que as empresas buscam entender as necessidades do consumidor, lançando produtos mais específicos para elas e se aproximando desse consumidor final”, afirma.
Fonte: Valor Econômico