8 Sep 2022 CLARICE COUTO
Os contratos futuros de petróleo fecharam ontem em forte queda, registrando os menores níveis desde o início do ano, apesar da perspectiva de oferta mais apertada. As cotações foram influenciadas por dados que reforçaram temores de desaceleração da economia global.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para outubro caiu 5,69%, ou US$ 4,94, para US$ 81,94, valor mais baixo desde 11 de janeiro. Já na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent (que serve de referência para o mercado brasileiro) para novembro fechou com queda de 5,20%, o equivalente a US$ 4,83, para US$ 88,00 – abaixo da marca de US$ 90 pela primeira vez desde fevereiro.
Novos dados saíram ontem indicando uma desaceleração da economia mundial, com potencial efeito sobre a demanda por petróleo. A Administração Geral de Alfândegas da China, por exemplo, informou que as exportações do país cresceram 7,1% em agosto, na comparação anual, bem abaixo da alta de 18% de julho e também do avanço de 12,5% esperado por economistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
Na Alemanha, a produção industrial caiu 0,3% em julho ante o mês anterior, após ajustes sazonais, segundo dados publicados pelo escritório nacional de estatísticas do país, Destatis. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam recuo ainda maior, de 0,5%. Na comparação anual, a produção da indústria alemã teve retração de 1,1% em julho.
“A pressão de queda (dos preços do petróleo) é explicada pelo crescente temor de recessão”, avalia a corretora Swissquote.
A perspectiva de novas altas de juros nos Estados Unidos foi outro fator que pesou sobre os contratos do óleo. Ontem, a vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Lael Brainard, afirmou que os juros “terão de subir mais”, sem especificar quanto, durante conferência em Nova York. Ela ressaltou que o quadro econômico é “altamente incerto” e que suas decisões dependerão dos indicadores do país. Lael reforçou o compromisso do Fed em levar a inflação de volta à meta de 2%. •
Fonte: O Estado de S. Paulo

