O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu nesta quarta-feira (10) por um amplo “pacto de governo” para encerrar o impasse político no Parlamento fragmentando, quebrando o silêncio pela primeira vez desde as eleições de domingo (7).
Em uma carta aberta ao público, Macron afirmou que “ninguém ganhou” a votação, uma vez que nenhum partido ou aliança chegou perto de uma maioria absoluta.
Sem usar a palavra “coalizão”, ele instou os partidos políticos a “engajar-se em um diálogo sincero e leal para construir uma maioria sólida, que precisa ser pluralista para o país”.
A carta sugere que Macron quer, a todo custo, evitar um governo de compartilhamento de poder conhecido como “coabitação” com a aliança de esquerda Nova Frente Popular (NFP), que obteve 180 assentos nas eleições, à frente da aliança Juntos de Macron, que conseguiu 150 assentos.
Ele insinuou que tanto a extrema direita quanto a extrema esquerda devem ser excluídas de uma maioria governante e instou outros partidos políticos a estabelecerem “princípios importantes”, baseados em “valores republicanos claros e compartilhados”, para criar um “projeto pragmático” para abordar as prioridades dos eleitores.
“A natureza destas eleições, marcada por uma clara demanda por mudança e compartilhamento de poder, exige [dos partidos principais] construir uma grande força para governar juntos”, afirmou.
Em sua carta, Macron argumentou que a verdadeira mensagem das eleições foi que o público francês rejeitou veementemente a ideia de um governo liderado pelo Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen. Em vez disso, votaram taticamente, muitas vezes em candidatos e partidos que não gostavam, para conter a extrema direita.
Como resultado, Macron argumentou que os políticos precisavam deixar de lado suas diferenças para comprometer-se a governar em respeito aos eleitores que os elegeram, apesar de não concordarem com seus programas.
“Como presidente da República, sou tanto o protetor do interesse nacional, garantidor das instituições, quanto aquele que deve respeitar sua escolha”, escreveu.
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Fonte: Valor Econômico

