/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2024/U/p/NZQEqzQyAXz9luN1CkSw/foto16bra-201-italia-a2.jpg)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender, nesta segunda-feira (15), que o acordo entre Mercosul e União Europeia (UE) seja formalizado o quanto antes e destacou que a conclusão depende de um alinhamento entre os países do bloco europeu.
Ao lado do presidente da Itália, Sergio Mattarella, Lula reforçou a posição que externou na semana passada de que os países do bloco sul-americano estão prontos para fechar a negociação.
“Reiterei ao presidente italiano necessidade de concluir o quanto antes o acordo Mercosul-União Europeia para que seja equilibrado e contribua para o desenvolvimento das duas regiões. Explicitei que o avanço das negociações depende dos europeus resolverem suas próprias contradições internas”, disse Lula.
Mattarella, por sua vez, disse que é “indispensável” que Mercosul e União Europeia cheguem “rapidamente” a um acordo comercial entre os dois blocos.
Medidas como a taxa de carbono impostas de forma unilateral podem afetar cinco dos dez produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano. “A redução das emissões de CO2 é um imperativo, mas não deve ser feito com base em medidas unilaterais que vão impactar a vida dos produtores brasileiros e dos consumidores italianos”, pontuou Lula.
A taxa de carbono (CBAM, Carbon Border Adjustment Mechanism) é uma medida unilateral da Europa e vai ser aplicada na importação de produtos intensivos em energia como aço, cimento, alumínio e fertilizantes.
Do lado europeu, as negociações são conduzidas pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. As tratativas entre os dois blocos estão sendo conduzida desde 1999, ou seja, há 25 anos. A negociação quase foi concluída em 2019, mas não chegou a ser ratificada por nenhum dos lados. O presidente da República afirmou ainda que Itália e Brasil estão unidos na “crença do potencial da bioenergia”.
Lula destacou que os países “estão entre as dez maiores economias do mundo e devem ter uma corrente de comércio à altura desta riqueza”. Disse ainda que externou a Mattarella o objetivo de incrementar as exportações brasileiras, contando com a retomada em breve do Conselho Brasil-Itália para isso.
No encontro, Lula também agradeceu a ajuda humanitária enviada pelo país ao Rio Grande do Sul, atingido por uma catástrofe climática em maio.
“Somos gratos pela doação de 25 toneladas de ajuda humanitária. O material doado certamente aliviou a enorme perda da população gaúcha que reúne uma parcela numerosa de mais de 35 milhões de italianos”, afirmou Lula.
O mandatário brasileiro disse ainda que externou a Mattarella sua “satisfação com a recente vitória das forças progressistas no Reino Unido e na França” ante candidatos de extrema direita e afirmou que a guerra entre Rússia e Ucrânia mostra as “consequências nefastas” da falta de diálogo.
O presidente italiano também mostrou concordância com a posição brasileira de defesa da criação de um Estado palestino e outro israelense, como forma de solucionar o conflito na Faixa de Gaza.
“Com relação ao Oriente Médio, concordamos sobre o ataque terrorista do Hamas. Precisamos chegar e colocar na mesa a perspectiva única e possível de dois Estados [Israel e Palestina]. Esta espiral de ódio precisa ser interrompida porque está cada vez mais grave”, disse Mattarella.
Por fim, ele mencionou a guerra na Ucrânia. “Conversamos sobre o conflito na Ucrânia, desencadeado pela Rússia. Concordamos plenamente que o mundo precisa de paz […] que precisamos de uma paz justa, que seja duradoura e que esteja de acordo com as regras da ONU”, emendou o presidente italiano.
Fonte: Valor Econômico

