Holding encerrou o trimestre com disponibilidade de caixa de R$ 12,5 bilhões, sendo mais da metade em dólar
Por Ivo Ribeiro, Valor — São Paulo
16/05/2023 10h31 Atualizado há 30 minutos
O grupo Votorantim obteve lucro líquido consolidado de R$ 483 milhões em suas operações no Brasil e exterior no primeiro trimestre de 2023. O resultado ficou 70% inferior ao registrado em igual período de 2022.
Conforme o comunicado da holding Votorantim S.A., a receita líquida foi similar à do mesmo trimestre em 2022, totalizando R$ 11,7 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ao final de março somou R$ 1,7 bilhão, com recuo de 20% na comparação com um ano atrás.
A VSA consolida os resultados de quatro companhias — Votorantim Cimentos, CBA (alumínio), Nexa (mineração e metalurgia de zinco, chumbo e cobre) e Acerbrag (aço longo). Nas demais empresas investidas — Auren (energia renovável), banco BV, Citrossuco e CCR —, os resultados são atribuídos por equivalência patrimonial ao balanço.
A VC respondeu por 49% da receita e 46% do Ebitda, seguida pela Nexa, com 29% e 39%, respectivamente. Por sua vez, a CBA respondeu por 17% da receita e 5% do indicador operacional. A siderúrgica Acerbrag gerou 5% e 10%, respectivamente, dos dois indicadores.
O negócio de cimento cresceu tanto em receita quanto na geração de Ebitda, beneficiado por preços mais elevados do produto em seus mercados em relação à mesma base de comparação em 2022, diz o comunicado da VSA.
Já Nexa, CBA e Acerbrag registraram decréscimos de resultados devido, principalmente, à queda tanto de preços dos metais e aço quanto de volumes comercializados, aliados ainda ao aumento de custos operacionais.
A holding encerrou o trimestre com disponibilidade de caixa de R$ 12,5 bilhões, sendo mais da metade (63%) em dólar. A dívida líquida ficou em R$ 12,8 bilhões, com uma alavancagem financeira de 1,28 vez (relação medida por dívida líquida sobre Ebitda).
No comunicado, João Schmidt, presidente da VSA, afirmou que a companhia começou o ano com importantes avanços em sua estratégia de diversificação e no objetivo de consolidar as novas plataformas criadas. Ele citou, por exemplo, a Floen e a 23S Capital. A primeira para investir em negócios da transição energética e a segunda em investimentos nos setores de alto impacto, como a área de saúde e outras.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2023/w/3/E44mY3Sy6MCiKpYzAmCw/200323-20votorantim-20floen-20036.jpg)
Joao Schmidt — Foto: Carol Carquejeiro/Valor
“Ao mesmo tempo nosso portfólio continua a performar adequadamente, mesmo com a complexidade das atuais condições de mercado”, acrescentou o CEO da Votorantim.
Em maio, a empresa fez um movimento relevante em sua estratégia de novos negócios ao comprar 5,1% da farmacêutica Hypera Pharma, umas maiores companhias do setor no país. A VSA pagou mais de R$ 1,2 bilhão pela fatia acionária, marcando sua entrada no negócio de fabricação de medicamentos.
Em 2022, a VSA já tinha se posicionado no setor de infraestrutura ao consolidar uma parcela de 10,1% do capital da concessionária CCR, passando a fazer parte do bloco de controle da companhia.
Neste trimestre, por meio da CBA, o grupo também anunciou o desinvestimento completo da operação de níquel, um negócio que desde 2014 foi considerado fora do foco da Votorantim. O ativo, em Niquelândia (GO), foi vendido para Wave Nickel Brasil.
Fonte: Valor Econômico