Em Zhengzhou, que abriga a maior montadora de iPhone do mundo, a Foxconn negou os rumores de que um grande número de trabalhadores esteja infectado e disse que suas operações permaneciam “relativamente estáveis”
Por Wenxin Fan, Dow Jones — Hong Kong
27/10/2022 16h21 Atualizado há 12 horas
A China não dá sinais de que vai flexibilizar sua política de “covid zero”, que está afetando fortemente sua economia, com uma nova alta de casos afetando os negócios nas principais cidades do país e atrasando a chegada alimentos em uma região remota do noroeste.
Autoridades de Zhengzhou, que abriga a Foxconn, a maior montadora de iPhone do mundo, disseram ontem que o vírus estava se espalhando rapidamente pela região e identificou 50 áreas com alta de novos casos. A cidade registrou 69 casos nos últimos três dias.
A Foxconn disse que um “pequeno número” de sua força de trabalho estava infectado com a covid-19, mas que suas operações permaneciam “relativamente estáveis”, apesar de terem circulado nas redes sociais chinesas vídeos de trabalhadores da fábrica em quarentena pedindo alimentos e medicamentos. Também negou os rumores de que 20 mil trabalhadores haviam testado positivo. Os problemas na unidade da Foxconn ressaltam os riscos da dura política de tolerância zero do governo chinês às cadeias de suprimentos.
Em Pequim, o parque temático Universal Resort foi fechado na quarta-feira depois que o governo identificou dois casos em pessoas que estiveram no local nos últimos dias. O parque, que pertence em parte à Comcast, disse que testaria toda a equipe e retomaria as operações o mais rápido possível.
Enquanto isso, um lockdown na cidade de Xining interrompeu o fornecimento de alimentos no local. Na quarta-feira, as autoridades da cidade de 2,5 milhões de habitantes iniciaram um esquema para fornecer carne e legumes para os moradores.
Ontem a China registrou mais de 1.200 novos casos de covid, um número pequeno em comparação com outros países. Mas políticas que incluem lockdowns, testes em massa e quarentenas obrigatórias aumentaram o impacto da doença. Até segunda-feira, pouco mais de 200 milhões de pessoas eram afetadas por algum grau com lockdowns iniciados em 28 cidades, segundo levantamento do Nomura.
O Partido Comunista da China prometeu manter sua estratégia de covid zero e não deu nenhuma indicação de quando deixará de aplicar essa rígida política. No congresso do Partido Comunista na semana passada, o presidente Xi Jinping defendeu as políticas, dizendo que “protegem ao máximo a saúde e a segurança das pessoas”.
Houve alguma flexibilização das medidas nos últimos meses, como a redução da quarentena obrigatória de 14 para sete dias. Mas também há sinais de que Pequim se prepara para uma longa luta contra a covid. Os governos locais foram instruídos a construir hospitais de quarentena para se prepararem para uma nova alta.
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Chineses fazem fila para serem testados para a covid-19 — Foto: Andy Wong/AP
Fonte: Valor Econômico