Embora a luta contra a inflação pareça em grande parte vencida, as tensões relacionadas às pressões de preços ainda podem prejudicar a confiança em cortes nas taxas de juros. O mercado de ações parece ignorar esses alertas.
As ações prosperaram nas condições favoráveis de uma economia resiliente, inflação em queda e cortes nas taxas de juros — o chamado cenário “Cachinhos Dourados”. No entanto, há sinais preocupantes nos movimentos de preços, enquanto políticas fiscais expansionistas e reflacionárias podem representar um risco ao ciclo de flexibilização. Tarifas sob a administração de Donald Trump ameaçam aumentar as projeções de inflação para o próximo ano. Por enquanto, todas as atenções estão voltadas para os números do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, que serão divulgados nesta quarta-feira.
Os investidores parecem estar tranquilos nas horas que antecedem a divulgação, com as opções sobre o índice S&P 500 implicando um movimento de 45 pontos base. Isso é menor que o movimento médio realizado de 71 pontos base no último ano, segundo cálculos da Bloomberg.
“O mercado está subestimando o risco do CPI”, disseram estrategistas de derivativos do Bank of America Corp., liderados por Gonzalo Asis. “Acreditamos que o CPI importa mais desta vez.”
Os estrategistas observam que o mercado tem reagido menos aos dias de divulgação do CPI desde fevereiro, concentrando-se mais nas perspectivas de crescimento. No entanto, as preocupações com a economia diminuíram, enquanto os dados mais recentes de inflação surpreenderam para cima com a maior margem desde maio.
Isso posiciona as leituras de inflação e as reuniões do banco central como os maiores eventos de risco deste mês. Um CPI mais baixo hoje pode abrir caminho para um rali no final de dezembro, geralmente o segundo período mais forte do ano para ações. Já uma leitura mais alta pode reacender a volatilidade, diz a equipe do BofA.
O índice anual de inflação dos EUA permanece acima da meta e deve subir para 2,7%. Segundo a pesquisa de gestores de fundos do BofA em novembro, os investidores já identificaram o aumento das pressões globais de preços como o maior risco para as ações, com 32% apontando essa preocupação acima de questões geopolíticas, que receberam 21%. Embora o mercado tenha vacilado um pouco no início desta semana, o sentimento entre os investidores permanece claramente otimista.
Uma equipe de Inteligência de Mercado do JPMorgan Chase & Co., liderada por Andrew Tyler, delineou cenários para a reação do mercado antes da divulgação dos dados desta quarta-feira. Considerando o CPI mensal, eles veem uma chance de 65% de que o número aumente entre 0,25% e 0,35%, o que implicaria ganhos para o S&P 500 entre 0,25% e 1%.
A equipe vê uma chance de 30% de uma leitura entre 0,35% e 0,4%, o que poderia levar o índice de referência a cair 0,5%. No cenário improvável de que o número exceda 0,4%, o S&P 500 poderia cair até 2,5%, escreveram.
— Com assistência de Jan-Patrick Barnert e Christian Dass.
Fonte: Bloomberg
Traduzido via ChatGPT

