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A Kinea, gestora do Itaú Unibanco, se prepara para disputar concessões de rodovias no Centro-Oeste do país, além de Parcerias Público-Privadas (PPPs) de escolas, segundo André Figueira, responsável pela área de private equity (que compra participações em empresas) em infraestrutura da casa.
A gestora firmou um acordo com as construtoras do consórcio Way Brasil para formar uma nova plataforma de rodovias e participar de licitações federais e estaduais. Há cerca de um mês e meio, quando fecharam um memorando de entendimentos, os parceiros já vêm estudando juntos os projetos do setor que deverão ser licitados em breve.
Hoje, as empresas de engenharia TCL, Bandeirantes, Senpar e Torc já operam concessões rodoviárias no Mato Grosso do Sul, em sociedade com a GLP – com quem formam o consórcio Way Brasil. Porém, os contratos vigentes não devem entrar na parceria com a Kinea, que será focada nos próximos leilões, nem a GLP fará parte do arranjo, diz Figueira.
A Kinea estuda o setor rodoviário há cerca de dois anos. O desafio foi encontrar um sócio, segundo ele. A gestora busca entrar como minoritária nos projetos, mas com controle compartilhado.
“O setor de rodovias evoluiu ao longo dos últimos anos, tem uma série de projetos que amadureceram e agora estão vindo a mercado. Tem um engarrafamento de projetos que serão leiloados nos próximos 24 meses. Nosso maior gargalo era achar o sócio correto. A gente nunca cria uma empresa do zero nem faz sozinho. Estamos há dois anos tentando achar um sócio”, diz Figueira.
O foco serão os leilões no Centro-Oeste do país, onde as empresas da Way já tem experiência. Os projetos em Minas Gerais também devem ser analisados, dado que as construtoras já operaram no passado uma concessão no Estado, a MGO, depois vendida.
Sobre a parceria, a Way afirmou, em nota, que estuda “vários projetos nesse vasto pipeline tanto no governo federal como nos estaduais, que juntos ultrapassam a casa de 30 projetos para os próximos 4 anos” e que “em parceria com fundo estratégico, o crescimento do grupo nos levará a fazer uma gestão de uma plataforma de ativos rodoviários”.
Outro segmento em que a Kinea pretende investir é o de infraestrutura social, em especial PPPs de escolas. Figueira diz que também há planos de formar uma plataforma voltada a projetos no segmento, que têm se multiplicado nos Estados. “Estamos vendo o setor com bons olhos.”
Segundo o Valor apurou, a Kinea fechou uma parceria com a Engeform para disputar os leilões de duas PPPs de escolas do governo paulista, marcados para o fim deste mês, que somam R$ 2 bilhões de investimentos. Sobre o tema, Figueira disse que não comenta. Procurada, a Engeform também não quis se manifestar.
Todos esses investimentos deverão ser feitos a partir de um fundo de investimentos em infraestrutura de R$ 1,3 bilhão, cuja captação foi concluída pela Kinea em julho deste ano. O fundo foi um dos selecionados pelo BNDES em 2022 para receber aportes – o banco de fomento entrou com 25% dos recursos do fundo, que também teve aplicações de investidores institucionais locais.
Nesse fundo, o objetivo é fazer investimentos com tíquete entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões em projetos de infraestrutura, porém, ele afirma que se alguma operação interessante exceder esse limite a gestora poderá fazer co-investimentos, trazendo recursos adicionais por fora do fundo, para compor o cheque.
Hoje, 35% do capital do fundo já foi alocado. O primeiro investimento foi em saneamento básico, na privatização da Corsan (Companhia Riograndense de Saneamento), em consórcio com Aegea e Perfin – a Kinea tem cerca de 15% na sociedade. As empresas formaram um veículo para investir em projetos de água e esgoto no Sul do país, que também já conquistou uma PPP de esgoto no Paraná.
Além disso, em julho deste ano, a Kinea fez um investimento em geração distribuída de energia, com a compra de 40% da Mini Solares, em parceria com a Hy Brazil.
Fonte: Valor Econômico