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Kamala Harris chega à convenção do Partido Democrata nesta segunda surfando uma onda favorável, enquanto os republicanos trabalham em ataques à nova agenda de compromissos econômicos da candidata, para tirar proveito de um front no qual têm vantagem entre os eleitores.
No domingo, uma pesquisa mostrou Kamala pouco à frente do republicano Donald Trump, por 49% a 45% dos eleitores registrados em todo o país. No início de julho, a mesma pesquisa, realizada pelo “The Washington Post”, ABC News e Ipsos, havia mostrado empate quando o candidato era o presidente Joe Biden. Os resultados estão alinhados com outras pesquisas recentes, que mostram como a troca de Biden por Kamala sacudiu a corrida presidencial e energizou os democratas.
Ainda assim, tanto esta pesquisa quanto outras mostram que os eleitores confiam mais nos republicanos na esfera econômica: 46% confiam mais em Trump, em comparação com 37% para Kamala. Na esfera da inflação, os números são parecidos. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.
“A coisa mais absurda que Kamala diz em seus comícios é: ‘No primeiro dia, vou enfrentar a crise [de preço] dos alimentos e da habitação neste país’”, disse J. D. Vance, a escolha de Trump para vice-presidente, no programa de TV “Fox News Sunday”. “O primeiro dia de Kamala Harris foi há três anos e meio, e tudo o que ela fez piorou o problema.”
Na sexta, em aceno aos eleitores da classe média e baixa, Kamala pediu o fim de práticas de exploração de preços pelos supermercados e propôs novos benefícios tributários e subsídios para ajudar os que tentam comprar suas primeiras casas e casais com filhos.
“Ela está seguindo a cartilha da União Soviética para baixar os preços, chamada ‘controle de preços’”, disse o senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul, no domingo, no “Meet the Press”, da rede de TV NBC.
Em termos gerais, a tendência da inflação é de queda, uma vez que a economia vai lentamente reduzindo a marcha. O núcleo do índice de preços ao consumidor – que exclui os custos de alimentos e das fontes de energia – teve alta de 3,2% em 12 meses até julho, ante pico de 6,6% em 2022.
Graham, que já criticou algumas das táticas de Trump na corrida presidencial, disse que os republicanos podem vencer se falarem sobre propostas, em especial, econômicas. A preocupação dele é que Trump – que em comício no sábado chamou Kamala de “lunática” e afirmou ser mais bonito que ela – possa fazer diferente. “As políticas dele são boas para os EUA, e se você tiver um debate presidencial de propostas, ele vence”, disse Graham. “Donald Trump, o soldado raso – o provocador, o showman – pode não vencer esta eleição.”
As propostas de Kamala foram anunciadas pouco antes da convenção em Chicago, com o tema “Para o Povo, Para o Nosso Futuro”. O evento contará com um elenco de ex-presidentes e líderes do partido, como Bill Clinton e Barack e Michelle Obama.
A cidade também se prepara para protestos em massa de manifestantes contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza e o apoio dos EUA a ela.
No domingo, Kamala e seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota, Tim Walz, estavam em campanha na Pensilvânia.
Em entrevistas às vésperas da convenção, democratas de alto escalão elogiaram o desempenho de Kamala desde que ela se tornou candidata – e argumentaram que seus planos econômicos são tanto sólidos quanto populares. “[Kamala] sabe com o que as pessoas estão tendo dificuldade e quer lhe ajudar a ficar com mais dinheiro no bolso”, disse a governadora Gretchen Whitmer, de Michigans, à NBC. (Tradução de Sabino Ahumada)
Fonte: Valor Econômico

