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Após tentativa frustrada de venda de seus negócios para farmacêutica Cimed, a Jequiti acelerou sua reestruturação iniciada em 2021, com diversificação do portfólio para além dos “perfumes das celebridades” do SBT, e firmou parcerias com o varejo físico com as redes C&ACotação de C&A e PernambucanasCotação de Pernambucanas.
Ao Valor, Renata Abravanel, presidente do conselho de administração do Grupo Silvio Santos, disse que a venda da companhia de beleza está “fora de questão” até o fim desta década.
Segundo a empresária, as negociações com a Cimed ocorreram no primeiro semestre deste ano, mas não foram concluídas por não haver um consenso sobre qual seria o futuro da marca. “Nós acreditamos na empresa, temos um ecossistema único e o próprio setor de beleza cresce ano após ano.”
Com a aquisição da Jequiti, o grupo Cimed tinha planos de estrear no mercado de venda direta, com as mais de 250 mil consultoras da marca, além de ampliar o portfólio de produtos de beleza, cujo carro-chefe é o protetor labial Carmed.
Há três anos, a companhia começou um processo de transformação que incluiu a chegada de Eduardo Ribeiro à presidência. Com experiência no setor, ele esteve à frente da Avon Internacional por seis anos, antes da aquisição pela Natura &CoCotação de Natura &Co em 2020.
No ano passado, a receita da companhia encerrou em R$ 466 milhões, estável em relação ao faturamento de 2022, mas considerado pela administração um bom resultado, já que a margem bruta cresceu 7 pontos percentuais e chegou a 63,2%.
Para 2024, a previsão é faturamento de R$ 410 milhões, recuo de 12%. Ribeiro afirmou que a companhia vai priorizar, no curto prazo, a rentabilidade do negócio, não o aumento da receita. A expectativa é atingir R$ 1 bilhão em vendas até 2029.
Segundo o executivo, a Jequiti vinha em um crescimento médio de duplo dígito nos últimos anos, mas com rentabilidade insatisfatória. A partir da reestruturação, começou um trabalho de ampliação de margem bruta. Uma das medidas foi reduzir os custos de embalagens em R$ 189 milhões, substituindo a vidraria importada. “Não adianta fazer perfumes de R$ 140 ou R$ 160 e o estoque ficar parado. Nós vamos continuar fazendo sem perder a qualidade, sem perder o glamour, mas de acordo com o que a classe C pode.”
O CEO disse que “o perfil dos compromissos financeiros está equacionado”. A companhia, contudo, não quis passar o nível de endividamento do negócio.
A parceria com estrelas contratadas pelo canal de televisão SBT, empresa que integra o Grupo Sílvio Santos, é visto como uma sinergia que fortalece a marca entre a população de classe C, principal público da Jequiti. As parcerias para venda física em importantes varejistas também é estratégica.
As fragrâncias representam mais da metade do faturamento e devem seguir como carro-chefe, mas com menor participação. A expectativa é de que a receita seja formada também por novas categorias como maquiagem e produtos para pele. “Nós somos a marca dos perfumes das celebridades, mas não só isso”, afirmou o CEO.
De acordo com a filha “número seis” do apresentador, morto em agosto deste ano, a Jequiti é um importante negócio do Grupo Silvio Santos. A executiva foi eleita ao conselho de administração em 2015 após “algumas situações no grupo e o surgimento de preocupações com questões de governança”.
A empresária se refere à fraude de R$ 4,3 bilhões no Banco PanAmericanoCotação de Banco PanAmericano revelada em 2010. O banco foi salvo por uma injeção de capital de Silvio Santos e, em 2021, foi vendido ao BTGCotação de BTG Pactual por R$ 450 milhões.
Fonte: Valor Econômico