Por Marcelo Osakabe — De São Paulo
14/06/2022 05h01 Atualizado há 3 horas
Mesmo diante da possibilidade da redução de impostos sobre combustíveis e outros itens, o Itaú revisou para cima sua projeção de IPCA para 2022. O banco espera agora inflação encerrando o ano em 8,7%, de 8,5% anteriormente.
“Do lado altista, a revisão reflete principalmente uma menor desinflação de preços livres no segundo semestre desse ano”, escrevem os economistas do Itaú, que estimam alta perto de 10% desse grupo no ano, com destaque para os 13% dos bens industriais.
Além disso, o banco espera uma inflação de serviços rodando perto de 8,5% e com baixa chance de desaquecimento, dado o nível de desemprego perto do neutro, calculado em torno de 10%.
Segundo os economistas do banco, esses fatores mais que compensam a queda da projeção para os preços administrados para 4,2%, refletindo menores reajustes de energia e redução de preços de combustíveis. Essa projeção, no entanto, não leva em consideração a aprovação do PLP 18, que limita a 17% a cobrança de ICMS sobre energia, telecomunicação, combustíveis e transportes.
“O balanço de riscos ainda é assimétrico para cima. Esperamos bandeira tarifária verde no fim do ano e não incorporamos no cenário nenhum reajuste de preços de combustíveis na refinaria. Dada a alta continuada de preços internacionais de petróleo e derivados, esse último ponto representa um risco altista significativo para a nossa projeção”, diz o relatório. Para 2023, a projeção para o IPCA subiu de 4,2% para 5,6%.
Fonte: Valor Econômico

